Paradise Café: Reinaldo, este não quer pagar!

Paradise Café coloca-nos no papel de um homem que deambula numa cidade à procura de entretenimento adulto

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Mencionar "retrogaming" português dos anos 80 é uma típica conversa que acaba sempre em dois títulos: "Elifoot" (1987, André Elias) e "Paradise Café" (1985, Damatta). Hoje vou escrever sobre este último e deixar o Elifoot para outro dia (e sim, sei que existiram outros títulos como "Gambys" ou "Portugal 1111", mas esses são representantes de outras décadas).

Se viveram nos anos 80, a probabilidade de terem tido acesso à cassete do "Paradise Café" é bem elevada. Talvez tal como eu foram a casa dum vizinho e ele disse-vos: “Já alguma viste um jogo português? Não? Vou mostrar-te”. Passados alguns minutos de "loading" ao som da “melodia Sinclair” aparecia a imagem consagrada do jogo. A posse algo trambolha de dois homens num “night club” chamado "Paradise Café". E isto era só o começo.

"Paradise Café" coloca-nos no papel de um homem que deambula numa cidade à procura de entretenimento adulto. Evidentemente já estão a ver no que isto vai dar. Não vou explicar as mecânicas do jogo, até porque certamente serão do conhecimento comum. Pelo menos serão tão famosas como a frase mítica: “Reinaldo, este não quer pagar”.

Por alguma razão aparentemente desconhecida, de entre os mais de 50 videojogos produzidos em Portugal nos anos 80, escolhemos para o nosso imaginário comum o "Paradise Café". Seria da “imoralidade”? Ou da “estratégia” para arranjar dinheiro? Quiçá a própria capa do jogo? O aparecimento do mítico Reinaldo? Talvez não haja uma só resposta, mas sim várias. Pessoalmente acho que, neste caso, a polémica do conteúdo foi benéfica para a sua popularidade, porque o jogo em si é bastante repetitivo.

Uma coisa é certa: podem não gostar do jogo, mas provavelmente não vos será desconhecido. E, se for, aposto que estas palavras vão despertar uma curiosidade para (re)descobrirem o famoso "Paradise Café".

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