E se a culpa de termos menos bebe´s fosse do ar?

Um estudo publicado por uma aluna de doutoramento da Universidade de Coimbra revelou que a exposição a poluentes ambientais com que convivemos diariamente, mesmo que em pequenas concentrações, pode provocar infertilidade masculina

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Señor Codo / Flickr

Todos sabemos que o ambiente tem poluentes, que estamos constantemente em contacto com eles mas não fazemos por vezes ideia do que os *palavra comprida*tetra*palavra comprida*anos nos podem provocar. E se vos dissesse que pode estar no ambiente em que vivemos todos os dias uma das razões da infertilidade masculina? Preocupante?

Um estudo publicado por uma aluna de doutoramento da Universidade de Coimbra revelou que a exposição a poluentes ambientais com que convivemos diariamente, mesmo que em pequenas concentrações, pode provocar infertilidade masculina.

É isto mesmo: os espermatozóides estão a ser afectados pelo ambiente a que os homens estão sujeitos, ficando assim com danos!

O estudo expôs espermatozóides humanos ao pesticida DDE (produto da degradação do DDT [Dicloro-Difenil- Tricloroetano]), pela primeira vez em concentrações semelhantes às encontradas no ambiente. “Apesar de já não ser permitida a utilização [do DDT], este é ainda usado em alguns países para combater o mosquito que transmite a malária, persistindo assim no ambiente, bem como o DDE”, explicou a doutoranda Renata Tavares.

A verdade é que estamos cada vez mais sujeitos a estas substâncias, e sabe-se que a qualidade do sémen tem vindo a diminuir desde há cerca de 60 anos — o que, se bem se lembram, corresponde ao período de grande desenvolvimento industrial. Este não é tempo suficiente para ter origem em factores genéticos, sendo que os factores ambientais poderão estar na base do problema.

E como é que isto acontece? Estas substâncias vão provocar alterações hormonais no organismo e perturbam a comunicação intracelular. Como resultado, a actividade do espermatozóide é afectada, pois este “começa a tentar fertilizar sem ter chegado ao ovócito, levando à sua morte”.

Normal? Não, de todo. Mas na verdade poderemos continuar a ler estas notícias e a não nos preocuparmos, afinal que podemos nós fazer se a culpa é do ar que respiramos? A questão é mesmo essa, o ar que respiramos, o ambiente a que estamos sujeitos, somos nós que o fazemos, para bem e para o mal. Torna-se assim urgente alterar hábitos, criar condições nos países industrializados, para que estes problemas sejam resolvidos.

Afinal, o ar é de todos... e, quem sabe um dia, todos podemos querer ter um bebé.

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