É quase isso: foram sempre as mulheres

Se Deus existe, e fez mesmo Eva só depois de Adão, a explicação é simples: no meio do paraíso, só era possível pôr o homem a fazer alguma coisa de jeito colocando uma mulher por perto

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Pochi Soffia/Flickr

Se a humanidade evoluiu, devemo-lo às mulheres. Passo a explicar: sempre que um homem fez algo de extraordinário, fê-lo para impressionar uma mulher; sempre que uma mulher fez algo de extraordinário, fê-lo para mostrar às outras mulheres quem é a mais "poderosa" do “pedaço”.

Marie Curie descobriu a radioactividade, venceu o Nobel da Física e acabou por morrer devido aos efeitos da sua descoberta. Mas terá mostrado à sua vizinha do n.ª23 quem era a melhor física da rua. Joana d’Arc liderou exércitos. Tudo porque uma mulher, na corte, dissera que ela tinha pouca coragem. Cleóptara viveu inúmeros romances, porque apostou com uma prima que seria a mulher mais desejada do Mediterrâneo. Eva Perón lutou pelos direitos dos trabalhadores argentinos, para mostrar à cunhada e à vizinha do 5.º esquerdo que percebia mais de política do que elas.

Agora nos homens, comecemos pelo Génesis. Se Deus existe, e fez mesmo a Eva só depois do Adão, a explicação é simples: no meio do paraíso, só era possível pôr o homem a fazer alguma coisa de jeito colocando uma mulher por perto. E se, segundo os textos, Eva comeu a maçã, foi porque queria mostrar à serpente que era dona seu nariz. Talvez até tenha dito à serpente que o seu nariz era muito mais bonito do que o dela.

Avancemos um bocadinho. A Guerra de Tróia surgiu porquê? A bela Helena, esposa do rei grego Agamémnon, fugiu com Páris, um príncipe troiano. O que se seguiu? Uma guerra sangrenta, provocada pela ira de Agamémnon, na qual foi inventado o Cavalo de Tróia. E Aquiles, determinante na vitória grega, chateou-se com Agamémnon, quase levando os gregos à derrota, por causa da bela Briseida. Sempre uma mulher.

Seguimos para a fundação do Cristianismo. Jesus Cristo, pelo carisma que lhe granjeou tanta fama, pode muito bem ter tido uma namorada. Pode, também, ter sido Maria Madalena. Logo, se a ressurreição se verificou, não custa a crer que tenha sido um acto de amor. “Amor, por ti, volto do mundo dos mortos”. Aliás, se Maria Madalena estava junto ao túmulo, ao 3.º dia, era para saber se Jesus a amava mesmo.

E Pedro Álvares Cabral? Será que descobriu o Brasil para, mais tarde, lá levar a namorada a passar férias? E Camões, que dedicou extraordinários sonetos à sua querida Dinamene? E Neil Armstrong pode, muito bem, ter dito à namorada algo como “Por ti, vou à Lua”. E foi mesmo.

Resumindo: a força motriz da humanidade está em alguém que esteja apaixonado ou enraivecido. Até a mais delicada mulher pode ser uma fera à espreita. Até um ninja, com a sua frieza e o seu rigorosíssimo código de conduta, pode acabar por tirar a máscara.

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