Facebook, três dedos de privacidade

No fundo, o Facebook não é mais do que uma extensão virtual da nossa vida social. Essa, que é real

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michaelb1/Flickr

Já todos sabemos que o Facebook , o Twitter, Google+, Instagram e outras plataformas de social media são muito mais do que o que sobressai à primeira vista.

Como fica claro – por exemplo, neste artigo do Público — é necessária alguma destreza e conhecimento para usar a plataforma no seu todo, tirando partido de todas as funcionalidades e, acima de tudo, não ficar a perder por algum desconhecimento que se tenha.

Um exemplo claro são as “Outras” mensagens que temos no Facebook. A plataforma gere de forma automática cada mensagem que nos chega e se, segundo o seu algoritmo próprio, uma pessoa não nos está ligada ou tem relevância (contactos pela primeira vez e antes de “criar amizade”, por exemplo) não terá entrada directa na “Inbox”, mas sim numa segunda pasta de mensagens que nem sequer dá direito a notificação automática de “mensagem por ler”.

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Hugo Salvado fala português e informatiquês, é engenheiro e vive na Parede

Vale a pena dar um salto até à página de Ajuda do Facebook sobre as mensagens e descobrir/aprender o que é a “filtragem básica” e a “filtragem rigorosa” (ou “Basic Filtering” e “Strict Filtering”), a ligação com o email “@facebook.com” que todos os utilizadores dispõem, ou como enviar e receber via SMS. Um aviso: há muito para ler.

Voltando ainda ao artigo mencionado, está bem patente nele o alerta sobre a gestão da privacidade e o impacto que tem cada post, cada mensagem, cada decisão de colocar uma certa pessoa numa lista de contactos pré-definida.

Tendo essa privacidade em mente, aqui ficam detalhados os três tópicos principais sobre os quais cada utilizador do Facebook deve fazer alguma investigação em termos das definições de privacidade (ou “Privacy Settings”), para gestão da sua visibilidade e privacidade na plataforma.

1. Quem consegue ver a minha existência facebookiana?

- Quem pode ver os meus posts no futuro – a cada post que fazemos, este setting muda e actualiza-se para o valor (grupos e pessoas) desse post; simplesmente, aqui fica definido quem consegue ver um post por si feito;

- Revisão de cada tag meu – já sabemos que outras pessoas podem fazer tag (dizer que estamos presentes) em fotos, vídeos e mesmo simples posts; aqui, podemos definir se aceitamos isso automaticamente ou teremos de fazer uma validação prévia;

- Limitar acesso a posts feitos para “Friends of Friends” e “Public” – para algumas pessoas que já não se lembram o que partilharam no passado, podem querer limitar todo o acesso do passado ao círculo de amigos; é por aqui que isso se fará.

2. Quem me pode contactar?

- Quem me pode enviar pedidos de amizade – por defeito, todas as pessoas podem estabelecer ligações no Facebook mas, se preferirmos, essa facilidade pode ser limitada;

- Que filtragem farei na Caixa de Entrada (ou “Inbox”) - as mensagens podem ser geridas pelo Facebook, que colocará na Caixa de Entrada as mensagens de amigos e pessoas que possam ser conhecidas (amigos de amigos e/ou pessoas com muitos amigos em comum).

3. Quem me pode pesquisar?

- Quem me pode encontrar no Facebook pelo meu endereço de email – pensando naqueles amigos que ainda não estão ligados ao Facebook, quer ser encontrado por quem?

- Quem me pode encontrar no Facebook pelo meu nome – no cabeçalho do Facebook há um mecanismo de pesquisa; quer poder ser encontrado por aqui?

- Que mecanismos de pesquisa podem ler o meu perfil – será que está interessado que o Google e o Bing consigam navegar no seu mural e produzir resultados com esses conteúdos?

No fundo, o Facebook não é mais do que uma extensão virtual da nossa vida social. Essa, que é real.

Tal como na vida real, há que saber gerir a privacidade, o que dizemos, a quem dizemos, que pessoas é que guardam segredo, que pessoas é que têm um menor senso de discrição.

Também assim, no Facebook, como na vida, irão visitar/rever os seus “Privacy Settings” quem se preocupa com a sua imagem pessoal online e offline.

E, convém sempre lembrar, quem tiver dificuldades a editar estas definições (ou “settings”), deve fazê-lo com o apoio de alguém que domine melhor a plataforma… e é sempre melhor “restringir demais agora e ajustar depois” do que o contrário.

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