Eles decidiram não emigrar (porque o amor também conta)

Quem toma a decisão de emigrar, decide deixar para trás família, amigos e amores. Às vezes é a única hipótese, outras vezes, o lado pessoal também pesa e acaba por ser uma âncora que faz com que alguns jovens decidam ficar ou regressar

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David Gray/Reuters

Em um ano, 65 mil jovens deixaram Portugal. Os números do Instituto Nacional de Estatística remetem ao período de Junho de 2011 a Junho de 2012 e devem continuar a aumentar. Emigrar parece ser hoje a única opção para muitos jovens. Um estudo da Federação Académica do Porto aponta que 69% dos estudantes universitários querem sair do país quando acabarem o curso.

Muito se tem falado sobre o tema, apontam-se números e enumeram-se as áreas que mais exportam profissionais. Mas, e o lado pessoal? Onde fica neste cenário? Quem toma a decisão de emigrar, decide deixar para trás família, amigos e amores. Às vezes é a única hipótese, outras vezes, o lado pessoal também pesa e acaba por ser uma âncora que faz com que alguns jovens decidam ficar ou regressar.

É o caso de Filipa Almeida, 32 anos, arquitecta, que depois de seis anos em Berlim decidiu voltar para Portugal, porque não se imaginava a envelhecer fora do seu país. Fundou uma empresa e teve uma filha. Não pensa em voltar a emigrar.

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Filipa Almeida, 32 anos, arquitecta, que depois de seis anos em Berlim decidiu voltar para Portugal Nelson Garrido

Também Ricardo Silva, dentista, 28 anos, optou por recusar uma proposta de emprego em Angola, depois de ter encontrado trabalho em Portugal. Não quis abdicar da relação com a família e com os amigos. Os afectos também contam. 

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Ricardo Silva, dentista, 28 anos, optou por recusar uma proposta de emprego em Angola Lara Jacinto/nFactos

São duas histórias de vida que contrariam os números e mostram que não é apenas o lado profissional que entra em jogo quando se decide emigrar.

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