Siza e Souto de Moura: pavilhão no Brasil sem financiamento garantido

Projecto está à espera que o Governo, através da Secretaria de Estado da Cultura, concretize o apoio que manifestou dar para a sua implantação

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Manuel Roberto

O arquitecto Álvaro Siza Vieira afirmou esta quinta-feira que está em risco a instalação do pavilhão temporário que projectou com Eduardo Souto de Moura para o parque Ibirapuera, em S. Paulo, Brasil, devido a “problemas de financiamento”.

Os dois arquitectos contemplados com o Pritzker projectaram um pavilhão com cerca de 400 metros quadrados para instalar temporariamente naquele parque de S. Paulo, da autoria de Oscar Niemeyer, no âmbito de um programa delineado pela Estratégia Urbana sobre arquitectura portuguesa.

“Há problemas de financiamento, tanto quanto sei”, afirmou, em entrevista à Lusa, Siza Vieira, acrescentando que não tem indicação de que o projecto se concretize porque ainda “ninguém” deu garantias de financiamento. Segundo o arquitecto, o projecto, orçado em cerca de 880 mil euros, está à espera que o Governo, através da Secretaria de Estado da Cultura, concretize o apoio que manifestou dar para a sua implantação.

O projecto “foi feito de acordo com o programa estabelecido”, com o estudo de implantação do edifício, “o que não era coisa muito fácil, porque foi preciso fazer várias vezes o levantamento topográfico” no local, explicou. Para o arquitecto, a última versão do projecto “assenta como uma luva” no parque, sendo que o edifício se apresenta em “três espaços em torno de um pátio e um topo, onde se encontra a recepção”.

Bienal em Setembro

O pavilhão deverá ter “uma estrutura em ferro, ligeira”, que vai ter que ser “poisada” no local, uma vez que não é possível terraplanar o terreno do parque, sendo que a sua envolvente será “feita com painéis de aglomerado de madeira, resistentes ao tempo”, explicou Siza. A ideia inicial era instalar o pavilhão no parque em Junho, “mas o tempo foi passando e em determinada altura foi decidido fazer para a [10.ª] Bienal de Arquitectura” de São Paulo, que começará a 28 de Setembro e decorrerá até 24 de Novembro.

A Estratégia Urbana, de Matosinhos, tem como objectivo “a apresentação ao público de actividades que criem um valor acrescentado para a sociedade contemporânea tais como exposições, ciclo de conferências, "workshops", apresentações de prémios”.

No âmbito da sua actividade, a Estratégia Urbana pretende, entre outros, promover e incentivar a criação de conhecimentos técnicos/científicos nas áreas do urbanismo, da arquitectura e do design e promover a reflexão e o debate sobre temas nas diversas áreas, ampliando a participação de públicos cada vez mais diversificados e heterogéneos.

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