Um estágio na Holanda

Mês onze e ainda não se voltou a Portugal, já é tempo. No atelier surge a hipótese de ficar como freelance mas a vontade é de voltar à pátria e sentir o sol na cara

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Projecto Jakarta Bersih!

2009. A entrega dos últimos elementos para a finalização do Mestrado Integrado em Arquitectura e o mealheiro que se encheu, permite começar a pensar no estágio profissional. Neste momento, o dia divide-se entre o trabalho no atelier.dxf em Setúbal, a elaboração de um portfolio para imprimir e uma versão para internet, assim como uma folha que mostra o percurso curricular e um texto que serve de corpo de correio electrónico.

Para onde é a pergunta que ocupa a mente.

Depois de aterrar em Amesterdão já com alguém à minha espera avançamos para o comboio que nos leva à casa de Haia.

A manhã seguinte é diferente, há ansiedade e entusiasmo. A estreia das entrevistas é no atelier TD architects com o Stefan, uma vez que o Theo Deutinger não vai poder estar presente. O atelier fica em Roterdão a uma distância de cerca de meia hora com passagem por Deft onde se encontra um núcleo Universitário que aguarda uma visita. A estação central de Roterdão está em obras e a cidade é monstruosa, difícil, dura e assimétrica. Rumo à terceira entrevista, a mente começa a dobrar e a vontade é de tomar uma decisão e começar o trabalho. Este atelier situa-se junto a Amesterdão, ao longo do Zaan. Chego a Amesterdão atrasado, confundi algumas trocas de comboios e telefono a dizer que chego mais tarde do que o previsto, há um ok do outro lado e o Steven diz-me que sabem não ser fácil chegar lá. Tempos depois estou num sítio cujo o nome não me sai na voz.

Recebo entretanto uma chamada do Steven que apresenta uma proposta para minha surpresa. Adiciona-se o facto de me suportarem o transporte, mesmo de Haia e de trabalhar quatro dias por semana, com a sexta livre. Horas depois aceito e cancelo as restantes duas entrevistas. Começo já na segunda feira.

O primeiro trabalho acaba e emerge alguma insegurança por parecer que o meu melhor não foi suficiente. Segue-se um trabalho de finalização da maqueta do mesmo projecto, incluindo uma síntese do novo desenho para o parque. A maqueta fica com bom aspecto e é apresentada.

Os dias começam a ficar gelados, as temperaturas mal chegam aos 5 graus e a chuva cai dias a fio. Mês onze e ainda não se voltou a Portugal, já é tempo. No atelier surge a hipótese de ficar como freelance mas a vontade é de voltar à pátria e sentir o sol na cara. Os trabalhos prosseguem entre visitas a projectos que são inaugurados, põem-me às mãos um antigo projecto apelidado de “cobra” por passar por aí a estratégia de implantação. Revejo tudo e elaboro uma nova apresentação que segue para o website do atelier.

O regresso a Portugal sabe bem. Há caras que apetecia ver e há um conforto que faz parte do voltar a um lugar que se conhece bem.

Há uma decisão tomada de voltar que não deixa para trás os nunc. Pelo contrário, está em cima da mesa a tentativa de trabalhar via internet e levam até a abrir actividade uma vez que me pedem para iniciar um novo projecto logo a partir do início de Janeiro. Há um desejo de experimentar agora a arquitectura em Portugal, de ser independente e de iniciar algo de raiz. Talvez seja cedo. Apoio-me nos projectos que me vão sendo encomendados e dedico-me à outra parte do estágio. Há uma formação para fazer e o exame a membro efectivo.

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