Há quatro anos, Alexandre Ribeiro fartou-se do emprego que tinha na Nokia Siemens e decidiu desenvolver um jogo para "tablets" e "smartphones". O jogo chama-se “Fangz”, custa 0,89 euros e acaba de ser lançado na App Store, tendo sido destacado loja Apple dos EUA. Para o empreendedor de 37 anos, o investimento de 150 000 euros representa “um sonho tornado realidade”.

A ideia surgiu em 2009, quando Alexandre Ribeiro, actual director da Game Whizzes, ainda era arquitecto de sistemas na Nokia Siemens Networks. “Na altura era um emprego de sonho, mas depressa me comecei a sentir estagnado. O meu trabalho exigia apenas 2% do meu cérebro e foi isso que me levou a despedir e começar a desenvolver o jogo”, justifica o próprio ao P3.

No início, antes de decidir o tipo de jogo que iria desenvolver, analisou “o mercado da App Store da Apple, e, para cada jogo que estava no top 100, elaborava uma lista com as características que pareciam ter feito esse jogo subir ao top 100”, explica o empreendedor lisboeta.

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Políticos vão aparecer no "Fangz 2"

Decidiu então fazer um jogo com vampiros após analisar os dados recolhidos. “Fazer um jogo de vampiros para ser diferente pareceu-me cómico, e por isso mesmo achei que era uma boa ideia”, justifica. A crise financeira também foi uma das fontes de inspiração de Alexandre e, por isso, resolveu associar vampiros a banqueiros e advogados. “Os políticos escaparam-me na altura, mas devem aparecer no “Fangz 2””, conta.

O designer espanhol Alex Gallego foi o responsável pelos desenhos, que são um dos factores mais admirados pelos fãs e pela concorrência. À parte técnica juntou um argumento, inicialmente escrito por Alexandre, “e totalmente reescrito pelo Ron Mattocks, escritor norte-americano, para ter a certeza que o jogo seria engraçado para o público dos EUA”. Alexandre recorda ainda como a mulher e parceira de negócios, Paula Mendes, “foi fundamental em todo o processo”.

Neste momento, o “Fangz” está no lugar segundo lugar do top português e no top 100 de muitos países. Nos EUA, está no 105º lugar. Com quase 29 000 downloads, Alexandre espera chegar a um milhão num prazo de um ano. Assim, acredita poder criar "um negócio estável, capaz de pagar ordenados a pelo menos três pessoas qualificadas, fazendo "outsourcing" de tarefas menos especializadas". O próximo jogo deve sair no próximo ano e pode vir a ser integrado no Facebook.