Tablets Android podem ultrapassar iPads

IDC espera que a venda global de tablets aumente, sobretudo graças aos aparelhos mais baratos e de tamanho mais reduzido

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A IDC prevê que os tablets prejudiquem o interesse pelos leitores de livros electrónicos José Fernandes

Os vários tablets com sistema operativo Android vão neste ano, pela primeira vez, ter mais quota de mercado do que os aparelhos da Apple, de acordo com uma estimativa da IDC, que reviu em alta as previsões de venda deste tipo de aparelhos.

Os tablets Android (que são comercializados por muitas marcas) terão 48,8% do mercado, enquanto os iPads cairão de 51% para 46%. Já os tablets com Windows (o sistema é da Microsoft, mas usado por vários fabricantes) deverão ter uma quota de 4,7%.

De acordo com os números divulgados nesta terça-feira, a IDC espera ainda que a venda em geral de tablets aumente, sobretudo graças aos aparelhos mais baratos e de tamanho mais reduzido. A empresa já tinha estimado o envio para o retalho global de 172,4 milhões de unidades, mas reviu as projecções para 190,9 milhões ao longo deste ano.

“Um em cada dois tablets enviados para o retalho neste trimestre tinha menos de oito polegadas de tamanho de ecrã”, observou um analista da IDC, Jitesh Ubrani, na nota publicada. “Os vendedores estão a movimentar-se rapidamente para competir neste espaço, à medida que os consumidores se apercebem de que estes aparelhos pequenos são muitas vezes melhores do que os tablets maiores para os seus hábitos diários de consumo”.

A Apple lançou no final do ano passado o iPad mini, com um ecrã de 7,9 polegadas, dois anos e meio depois de a empresa ter inaugurado o mercado dos tablets modernos com o primeiro iPad e de Steve Jobs ter então criticado os netbooks com ecrãs pequenos.

Muitos outros fabricantes também têm tablets pequenos, nomeadamente a Samsung, a Asus (que, numa parceria com o Google, fabrica o Nexus 7) e a Amazon.

A IDC argumenta que a popularidade destes aparelhos vai levar a uma evolução negativa do mercado de leitores de livros electrónicos (que não são polivalentes e se focam apenas na leitura) e afirma que o ano de pico destes dispositivos foi 2011, no qual foram enviadas para o retalho 26,4 milhões de unidades. Em 2012, este número caiu para os 18,2 milhões. A analista espera agora um crescimento “modesto” desta categoria ao longo de 2013 e 2014, seguido de um declínio a partir do ano seguinte.

A IDC critica ainda a decisão da Microsoft de ter lançado dois sistemas operativos: o Windows 8 (que equipa computadores, tablets e aparelhos híbridos) e o Windows RT (semelhante, mas vocacionado para tablets e com algumas limitações face ao 8). “Os consumidores não estão a comprar a proposta de valor do Windows RT e, a longo prazo, achamos que a Microsoft e os seus parceiros estarão mais bem servidos a focar a atenção em melhorar o Windows 8”, observou o director de investigação para a área dos tablets, Tom Mainelli.

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