Arquitectos britânicos projectam velódromo e estádio de andebol dos Jogos Olímpicos do Rio

Novos projectos fazem subir para 30 o número de contratos ganhos pelo Reino Unido, organizador dos últimos Jogos, para o Mundial de Futebol de 2014 e para os Jogos de 2016

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3DReid

A atribuição de mais dois projectos de novas estruturas para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, deu ao Reino Unido um total de 30 contratos para projectos de arquitectura e outros negócios relacionados com os jogos de 2016 e com o Mundial de Futebol de 2014, que também se realiza no Rio. Os ateliers de arquitectura britânicos 3DReid e AndArchitects estarão envolvidos na construção do velódromo e do pavilhão de andebol dos próximos Jogos, após uma missão empresarial de arquitectos e outros profissionais britânicos ao Brasil para fazer a ligação entre a experiência dos Olímpicos de Londres de 2012 e as próximas Olimpíadas.

A 3DReid, consultora deste projecto, já é autora do velódromo Sir Chris Hoy para os Jogos da Commonwealth de 2014. Essa experiência terá sido determinante para a escolha do atelier como consultor especializado para o desenho do velódromo do Rio, algo que o director dos escritórios de Glasgow do atelier reconheceu citado pelo jornal "The Scottsman" – “Fazer parte dos Jogos Olímpicos de 2016, tão pouco depois de termos terminado o velódromo na nossa cidade natal, é simplesmente fantástico”. A 3DReid vai trabalhar com o atelier carioca BLAC Arquitetura.

Já o atelier londrino ANDArchitechts terá a cargo o novo pavilhão de andebol, que será trabalhado "in loco" com os também cariocas lopes, santos&ferreira gomes. O responsável e fundador da ANDArchitects, Manuel Nogueira, disse, citado no portal do Governo britânico, que “espera usar as competências adquiridas no trabalho de seis projectos de edifícios temporários para [os Jogos Olímpicos de] Londres 2012 no trabalho com a equipa no Rio”.

12 mil projectos de novas infraestruturas

Ambos os projectos estão integrados no complexo na zona sudoeste do Rio de Janeiro, gerido pelo consórcio internacional AECOM, que prevê que após a realização dos Jogos Olímpicos possa ser totalmente convertido numa zona residencial, de escritórios e com espaços comerciais.

“Ainda há muitas oportunidades para empresas britânicas de ganhar negócios para o [Mundial de Futebol e Jogos Olímpicos do] Rio”, atestou o ministro britânico do Investimento e Comércio, Stephen Green, que lidera a missão do organismo governamental britânico UK Trade & Investment que na semana passada levou representantes dos ateliers Foster&Partners, Amanda Levete Architects, Haworth Tompkins, Matos Ryan ou Avanti Architects ao Brasil. “Mostrámos ao mundo o que conseguimos fazer nos Olímpicos de Londres – agora é altura de capitalizar nesse grande sucesso”, diz o ministro num comunicado na página do Governo britânico. “As empresas britânicas estão a tomar a iniciativa e a pensar a longo prazo ao ligar-se a empresas brasileiras, o que é vital para ganhar contratos para o Rio.”

Segundo o "Architects Journal", a UK Trade & Investment estima que o Mundial de Futebol e os Jogos Olímpicos do Rio vão criar mais de 12 mil projectos de novas infraestruturas na cidade, cuja expansão reflecte o momento de vitalidade da economia brasileira e do seu sector de construção – que cresceu 10% entre 2009 e 2010.

Contudo, “os arquitectos brasileiros estão preocupados” com o facto de o seu país “não estar a aprender as duas lições sobre o facto de a qualidade não dever ser abandonada em prol da velocidade e do lucro”, diz um dos subdirectores da Haworth Tompkins, Matt Watts, no seu testemunho sobre a missão negocial em que participou, ressalvando que encontrou muitos profissionais ansiosos por aprender e saber mais sobre a sustentabilidade no desenvolvimento urbano.

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