Comerciantes dizem-se prejudicados com obras do metro e pedem intervenção da câmara

Lojistas dizem que estão a ver os seus negócios prejudicados por causa das obras do metro e que os tapumes vedaram o acesso dos clientes aos seus estabelecimentos.

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Comerciantes alertam para os negócios que estão a fechar na Praça do Chile e que dizem estar relacionados com as obras no metro de Arroios Nuno Oliveira / Publico

Um grupo de comerciantes da Praça do Chile, Rua Morais Soares e Avenida Almirante Reis pediram esta quinta-feira à câmara de Lisboa que intervenha junto do metro por causa das obras na estação de Arroios e que estão a prejudicar os negócios na zona.

Isto porque foram colocados tapumes na frente das lojas, o que, no entender dos empresários, está a afastar os clientes. “Somos um centro comercial aberto. É a mesma coisa se fôssemos às Amoreiras e fechássemos as portas. Os clientes pensam que nós estamos fechados”, notou Carla Salsinha, que foi presidente da União de Associações de Comércio e Serviços (UACS), e ali estava em representação do grupo de empresários. 

No período reservado às intervenções dos munícipes na reunião pública da autarquia, Carla Salsinha lembrou que já há empresários destas zonas com “com quebras de vendas na ordem dos 70, 60, 50 mil [euros]”, enumerando sete estabelecimentos que já fecharam as portas desde que as obras do metro arrancaram em Julho do ano passado. “Estão lojas a fechar, estamos a despedir pessoas”, continuou, adiantando ainda que vários dos empresários que ali estavam presentes estão à procura de lojas noutros locais da cidade. 

Uma das críticas apontadas por Carla Salsinha prende-se com a falta de esclarecimentos dados sobre a empreitada, quer pela câmara, quer pelo Metro de Lisboa. 

“Acho curioso que o senhor presidente da câmara não tenha [informado] os empresários que, durante décadas, estão a investir naquela freguesia. Como é que não houve uma única carta a dizer quando é que a obra começava, a duração?”, questionou Carla Salsinha.

Para a empresária, os tapumes da empreitada foram colocados demasiado cedo, dado que, segundo aponta, as obras só terão começado quatro meses depois. “O metro encerrou portas em Junho de 2017 e o primeiro tapume colocado na Praça do Chile foi em 14 em Setembro. Teria sido necessário fechar as portas de acesso aos clientes tão cedo?”, questionou Carla Salsinha. Além disso, continuou a comerciante, “durante largas semanas”, os corredores por trás do estaleiro da obra não tiveram qualquer iluminação. “Era fácil chegar às pedras, aos ferros e vandalizar quer prédios, quer as lojas”, notou. 

Face a esta situação, Carla Salsinha sugeriu que “o mínimo que a câmara poderá fazer é a dar isenção das licenças de utilização de via pública e taxas de publicidade” aos comerciantes que dizem estar a ser prejudicados pelas obras. 

Fernando Medina começou por notar que a obra não é da responsabilidade da câmara, mas sim do Metro de Lisboa e que não poderia fazer mais “do que senão partilhar o lamento”. O autarca da capital clarificou ainda que as taxas, tanto de utilização de via pública como de publicidade, já não são cobradas pela autarquia, mas sim pelas juntas de freguesia, desde a reforma administrativa. 

Segundo avançou o vereador da Mobilidade, Miguel Gaspar, as obras do metro deverão estar concluídas no segundo semestre de 2019.  

O vereador comunista, João Ferreira, lembrou ainda que a autarquia havia já aprovado uma moção apresentada pelo PCP a 28 de Fevereiro, onde a câmara se comprometia a “recorrer à administração do Metro toda a informação sobre o decorrer das duas obras [estações de Arroios e do Areeiro]”, assim como, “medidas para minimizar” os impactos da empreitada. 

Fernando Medina concluiu o assunto, pondo em cima da mesa a possibilidade de ser agendada uma reunião com o município, a junta de freguesia e os comerciantes. 

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