Bafatá Misti Iagu: abastecimento de água mais sustentável

Foi lançado um documentário que resume o projecto coordenado por David Afonso

No dia 5 de Dezembro, foi divulgado um documentário que retrata um projecto realizado numa cidade da Guiné-Bissau, em Bafatá. Bafatá Misti Iagu (Bafatá Quer Água) consiste no acesso ao serviço de água mais sustentável para a população. Dedicaram-se, também, à instalação de um modelo de gestão do abastecimento para assegurar a água.

De acordo com David Afonso, coordenador do projecto, "o Bafatá Misti Iagu passou de projecto de cooperação de desenvolvimento a serviço de abastecimento de água a alguns bairros da cidade, gerido por uma associação local, a ASPAAB”.

O documentário é um resumo deste projecto, desenvolvido entre Janeiro de 2010 e Junho de 2012. O principal objectivo é “assegurar o acesso a fonte melhorada de água para mais 11.700 mulheres e homens de Bafatá, e atingir assim um nível de cobertura de 79% da população em 2015, ultrapassando a meta dos ODM para a Cidade de Bafatá” afirma David.

Para além dessa finalidade, o coordenador assume que, em simultâneo, quer “reforçar a autonomia na gestão da ASPAAB e dotar esta associação local das competências necessárias para a implementação de projectos de sua iniciativa própria, garantindo assim a sustentabilidade do serviço”. Neste momento, o Bafatá Misti Iagu já contribuiu para o aumento de 45% no acesso da população a água mais sustentável e segura — quando antes eram 20%.

Engenheiros sem fronteiras

O projecto é orientado por David Afonso e promovido pelos Engenheiros sem fronteiras da Organização Não Governamental TESE – associação para o desenvolvimento (TESE-ESF). Mantém também uma parceria com a Associação de Saneamento Básico, Protecção de Água e Ambiente de Bafatá (ASPAAB). A Empresa Portuguesa de Águas Livres também contribuiu com o seu apoio.

O financiamento foi alcançado através da Comissão Europeia (324,786 euros), do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (93,123 euros), da Fundação Calouste Gulbenkian (12,500 euros) e da TESE-ESF (seis mil euros).

No futuro, David Afonso pretendia que o porto fluvial de Bafatá passasse a “ser um ponto de escoamento dos produtos da região, em particular o cajú e o amedoim”. Também era necessário que acontecesse uma “reabilitação da rede eléctrica e sua extensão" para que a cidade dê o salto e se torne "um pólo de atracção de população, indústria e serviços de valor acrescentado”. “Por outro lado, garantir a paz, tranquilidade e estabilidade no país”, acrescenta David.

Além deste projecto, a TESE-ESF, com a coordenação de David Afonso, já executou projectos como o Luz Bin, cursos de alfabetização em 40 escolas comunitárias, e o Bambadinca Sta Claro, central fotovoltaica para energia de fonte renovável.

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