Governo lança cartão jovem da CPLP até ao fim do ano

Jovens devem aproveitar as "oportunidades de mobilidade oferecidas pela lusofonia", disse o secretário de Estado da Juventude, Alexandre Mestre, que acredita que emigrantes podem também contribuir para a economia portuguesa

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Alexandre Mestre é secretário de Estado do Desporto e da Juventude Pedro Maia

Como forma de “incentivo à mobilidade e turismo juvenil” entre os cidadãos dos países lusófonos, o Governo vai lançar até ao fim do ano o cartão jovem da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), informou esta quinta-feira o secretário de Estado do Desporto e Juventude, Alexandre Mestre.

“Os jovens devem aproveitar as oportunidades de mobilidade oferecidas pela lusofonia, esta medida é um incentivo à aprendizagem e conhecimento “in loco” de outros países”, disse, à margem do debate “Novas oportunidades profissionais e pessoas na Lusofonia”, promovida pela Conexão Lusófona, no Porto.

Em vias de ser implementada está também uma “rede de processão e gestão de negócios”, desenvolvida em parceria com a ANJE e os parceiros sociais, que vai “identificar as oportunidades de negocio que existem em Portugal e que podem ser replicadas nas diferentes regiões do país e ser externalizadas no espaço lusófono” e ainda analisar o que pode ser adoptado do espaço lusófono.

Os jovens portugueses devem ser consciencializados “não só para uma cidadania europeia mas também para uma vontade de se sentirem oriundos da CPLP”, disse o secretário de Estado, que salienta a “força” dos cidadãos da sexta língua mais falada do mundo.

Desemprego jovem é "preocupante"

Um dia depois do Instituto Nacional de Estatísticas ter revelado que a taxa de desemprego sub-25 alcançou os 39% no terceiro trimestre deste ano, Alexandre Mestre admitiu ser um problema “preocupante”, mas “resultante de erros do passado”.

Também nesse capítulo, a lusofonia pode ser uma saída, disse: “Oferece uma grande oportunidade para que se possa incentivar o empreendedorismo e o voluntariado juvenil e, portanto, a criação de emprego.”

O secretário de Estado da Juventude garantiu o empenho do governo no assunto, salientando o programa Impulso Jovem, que disponibiliza 343 milhões de euros de ajuda a 90 mil jovens.

“Estamos neste momento a tentar mobilizar os jovens e as empresas que os podem acolher para que este número seja reduzido, mas demorou-se muitos anos com políticas erráticas neste domínio e, por isso, não é num reduzido espaço de tempo que se conseguem reduzir os números”, admitiu.

Em relação à saída de jovens do país, Alexandre Mestre referiu que, "desde que transitória", a emigração pode ser uma “experiência pessoal e profissional muito enriquecedora”, referiu.

Além disso, acrescentou, “um jovem que esteja numa empresa sediada num país com relações comerciais com Portugal pode claramente contribuir para o crescimento económico português”.

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