FCT está “surpreendida” com queixas de atrasos na transferência de verbas

A Fundação da Faculdade de Ciências da U. Lisboa decidiu suspender "toda e qualquer despesa de todos os projectos" de investigação científica por causa dos atrasos da FCT. Nuno Crato diz que instituições estão a dialogar

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FCT e Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa estão em diálogo Rita Chantre

O ministro da Educação e da Ciência afirmou que a Fundação para a Ciência e Tecnologia está em “diálogo” com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa estando assim “surpreendida” com as queixas de atrasos na transferência de verbas.

Nuno Crato, à margem da inauguração de dois centros escolares em Vila Verde (Braga), deu conta que estão a decorrer negociações com os reitores das universidades, que ameaçaram com o encerramento de instituições, lembrando que o orçamento para o próximo ano é muito exigente. O responsável pela Ciência em Portugal garantiu ainda que o “melhor da investigação” em Portugal está a ser “protegido”.

Na terça-feira, a Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FFCUL) decidiu suspender “toda e qualquer despesa de todos os projectos” de investigação científica, por causa dos atrasos no financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). No entanto, garantiu esta quarta-feira Crato, “estão a ser feitas transferências para a FFCUL” e a FCT tem mantido “diálogo” com a instituição estando por isso, segundo o ministro, “surpreendida com as notícias vindas a lume”.

Questionado sobre se haverá cortes no apoio à investigação no Orçamento de Estado para 2012, Nuno Crato apontou que o orçamento para o próximo ano é “muito exigente” e que as “contas estão contadas com muito rigor”. Nuno Crato garantiu que, no que se refere à investigação científica, o Governo está a “fazer um grande esforço” e a “proteger o melhor daquilo que se faz em investigação científica em Portugal”.

Como exemplo, Crato apontou o lançamento de um “concurso para bolseiros e de uma carreira científica” defendendo que, no atual momento, é necessário concentrar na excelência e “dar estímulo aos melhores”. Confrontado com declarações do presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, António Rendas, que afirmou que as instituições terão que “repensar o seu futuro em Portugal” caso a verba estipulada no Orçamento de Estado venha a ser aplicada, Crato disse apenas que o processo não está ainda finalizado.

“Estamos em diálogo com os reitores. O orçamento está a ser discutido e portanto não há muito a adiantar sobre isso”, afirmou. A inauguração dos dois novos centros escolares em Vila Verde ficou ainda marcada pelo protesto de cerca de 10 professores contra os cortes anunciados na educação.

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