ZigurFest: um festival em Lamego é um risco saudável

Black Bombaim, ALTO! e Balão Dirigível são alguns dos nomes presentes no festival lamecense

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ALTO! DR

Com a vontade de levar a nova música portuguesa a um público fora dos grandes centros, o TRC ZigurFest, em Lamego, está de volta para uma segunda edição. Hoje, 31 de Agosto, e amanhã, 1 de Setembro, a cidade recebe o evento que a organização diz não ser "um festival típico".

Para quem quer um ambiente diferente do que se vive na maioria dos festivais, António Matos Silva garante que o TRC ZigurFest "foge um pouco àquilo que as pessoas estão à espera quando ouvem a palavra 'festival'". Este responsável da Zigur Artists, colectivo criativo encarregue da direcção artística do evento, começa por destacar o facto de Lamego ser a cidade que acolhe o TRC ZigurFest. "É um pouco fora dos centros urbanos", refere.

António Matos Silva confessa que fazer um festival destes numa cidade como Lamego é um risco. Aliás, o festival surgiu como um "teste" da organização do Teatro Ribeiro Conceição e da Zigur Artists à cidade, "para perceber se haveria interesse".

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Balão Dirigível DR

Mas esta é “uma dose bastante saudável de risco”, realça o responsável, e a primeira edição do TRC ZigurFest, em 2011,  teve adesão suficiente para convencer as duas instituições a voltar a realizar o evento. "Reparamos que há público jovem que está só à espera de ser espicaçado e de ter uma programação do seu interesse".

Por isso, e por causa dos nomes que fazem o cartaz desta segunda edição, os organizadores estão optimistas. "Nós não estamos à espera de ter 10 mil pessoas em Lamego de um dia para o outro", admite António Matos Silva, salientando que a dimensão do festival é outra característica que o distingue dos restantes. Mesmo assim, é esperado público de fora da cidade. "Quem conhece a música portuguesa e o que se tem feito, sabe que o cartaz está bom e quem tiver o mínimo de curiosidade não vão sair defraudado de lá", assegura o responsável.

Museu e teatro como palcos

Apostando sempre na nova música portuguesa, o TRC ZigurFest apresenta, este ano, uma versão mais "progressiva e crua", relativamente a 2011.

Nesta segunda edição, o evento terá dois palcos, mas os espaços também não são os que um festivaleiro esperaria para um festival: "vamos ter concertos no átrio exterior do Museu de Lamego", e também "no próprio Teatro Ribeiro Conceição, que é um auditório fechado e com alguma classe", conta António Matos Silva.

Ao todo, vão passar pelos palcos Museu e TRC doze artistas, entre eles ALTO!, Black Bombaim e Balão Dirigível. "E na primeira noite no teatro, vamos ter um exclusivo RA com JP", realça o responsável, explicando que Ricardo Remédio vai apresentar o seu EP "Rancor", acompanhado em palco pelo designer e artista plástico João Pedro Fonseca, que vai fazer uma pintura ao vivo durante a actuação.

Mas o TRC ZigurFest também vai contar com um mercado urbano nos dois dias. O "Todos À Rua" vai levar o público à Rua da Olaria, estando prometidas algumas surpresas. "Eu não posso dizer o que é, mas não vai interferir com o festival, porque está programado para depois da meia-noite e meia", afirma António Matos Silva.

A segunda edição do TRC ZigurFest acontece hoje e amanhã e promete "oscilar cabeças mais resistentes entre um headbanging mais melancólico e desconcertante e um outro, mais ferveroso e ritmado".

O museu recebe os concertos durante a tarde, com entrada gratuita, e à noite o evento continua no teatro, com o bilhete diário a 5 euros e o bilhete para os dois dias de festival a 7 euros.

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