Galula é design e uma coisa apetitosa para comer

Chama-se Galula e é uma marca que se dedica à criação de peças de mobiliário. O projecto de Filipa Mendes e Gustavo Macedo nasceu para ficar e estimula o apetite pelas peças

Woody, de Rui Vitorino Santos Galula
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Woody, de Rui Vitorino Santos Galula
Galula
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Galula

A saída da faculdade é, muitas vezes, pródiga à criação de novos projectos. Pelo menos assim foi para Filipa Mendes e Gustavo Macedo, designers na cidade do Porto. “Saímos da faculdade e começamos a desenhar peças de modo a não ficarmos parados”, conta Filipa Mendes. E da ocupação dos tempos mortos à criação da marca, Galula, em 2011, foi rápido. “Passamos do desenho à produção e durante esse processo surge a necessidade de criar a marca”.

O nome invulgar acaba por ficar no ouvido e suscita curiosidade. “Baptizámos com o nome Galula, primeiro por ser uma palavra portuguesa e segundo porque significa ‘coisa apetitosa para comer’. Não queremos que comam as peças, mas que haja grande apetite por elas”, descreve Filipa, explicando o principal propósito da marca.

Licenciados em 2009, Filipa e Gustavo criam peças de mobiliário porque consideram que “existe boa produção nacional”. Baseiam-se, sobretudo, na madeira mas não põem de lado a hipótese de explorar outras matérias-primas. “Estamos a desenhar para outras marcas que já começam a apostar em designers para o desenvolvimento dos seus produtos, em que recorremos a outras matérias-primas como o ferro e os tecidos”, afirma Filipa.

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Três Galula

Para eles, “tudo o que conseguimos fazer nós fazemo-lo”, diz Filipa, referindo-se às peças que já criaram. De entre tantas, a designer destaca a peça Tio, um móvel que tem “patinhas” em alumínio fundido e, segundo diz, “é a peça que mais personifica as nossas características como designers. É a mais arrojada em termos de linguagem e têm a estória de ser desenhada a pensar no patinho feito e no facto dos nossos amigos começarem a ter filhos”.

Follow the FUNction

O que mais se destaca no trabalho dos dois designers é o conceito “Follow the FUNction”. “Queremos que a nossa abordagem ao design vá além da componente funcional”, esclarece Filipa Mendes. “Temos produtos funcionais, mas também divertidos, simpáticos, felizes”, acrescenta. No fundo, o que pretendem é transmitir para os seus produtos aquilo que os distingue e marcar uma personalidade no mercado de trabalho.

E essa personalidade apaixona muita gente. Desde 2011 que Filipa Mendes e Gustavo Macedo contam com colaborações de vários artistas. ByeByeHome, Rui Vitorino Santos, Marta Veludo e M la Fu são algumas das pessoas que, em parceria com os designers, deram à cadeira Woody, o primeiro projecto do Galula, a identidade própria e a sua funcionalidade. Mas o objectivo é alargar o leque “pois achamos que estas sinergias dão às peças mais força e mais carácter”, diz a designer.

Até agora os projectos do Galula já foram expostos na Exponor em Fevereiro e Março desde ano, na Clerkenwell Design Week, com o banco Três caracterizado pelo assento em cortiça, em Braga com o evento Bang! e mais recentemente na última edição do The Oporto Show, no Porto. Consideram que estão a ser bem aceites pelas pessoas pois “encaram as peças como uma abordagem diferente e engraçada ao design. Sorriem ao vê-las e dão-nos força por sermos jovens com iniciativa e começarmos numa fase complicada”, diz Filipa Mendes.

Quanto ao futuro, “os planos são conseguir viver exclusivamente do design e para isso continuar a desenhar, criar e produzir”, diz Filipa Mendes. Além disso, pretende “cimentar a marca e o design Galula a nível nacional e o design português a nível internacional”. Afinal o objectivo dos dois designers portugueses é “levar a que as nossas peças possam deixar muitos sorrisos na vida das pessoas”, conclui Filipa.

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