Quadros de artistas portugueses “voam” na primeira exposição em Nova Iorque

Paulo Romão Brás e Sandro Resend apresentam desde o dia 13 a exposição “I Love You, Oh, You Pay My Rent”

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Bastou uma hora de exposição dos artistas portugueses Paulo Romão Brás e Sandro Resende, em Nova Iorque, onde se apresentaram pela primeira vez, para que metade dos seus quadros fosse vendida.

A exposição “I Love You, Oh, You Pay My Rent”, composta por cerca de dezena e meia de fotografias manipuladas com pintura, foi inaugurada na quarta-feira, na Galeria Rogue, numa iniciativa do colectivo cultural Arte Institute, e integra o festival de cultura portuguesa no coração de Nova Iorque, durante o mês de Junho, “Meet Portugal in New York”.

Para Paulo Romão Brás, que colecciona fotos e negativos há 20 anos, os quadros resultam de intervenções “intuitivas” com caneta, lápis, tinta-da-china ou pastel sobre fotografias, neste caso de um lote dos anos 1930-40 comprado na Internet a um fotógrafo norte-americano da Virgínia.

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“Aquela imagem já teve uma historia, pertenceu a alguém, há uma memória associada a ela. O que faço é contar a minha história a partir do que a imagem me diz”, afirma. Brás está actualmente a fazer um livro de artista com edição limitada, em que convidará escritores a escrever histórias a partir de cada uma das imagens.

Também Sandro Resende trabalha com a manipulação do desenho sobre fotografias, no caso dos seus trabalhos com doentes mentais. “As máscaras de animais por cima das pessoas representam um bocadinho o que a doença transmite, o que faz passar cá para fora da pessoa”, disse à Lusa Resende, que dá aulas de arte a doentes mentais há 13 anos, no hospital Júlio de Matos.

O artista passou recentemente em Guimarães Capital da Cultura com um outro projecto de intervenções artísticas sobre contentores, que será mostrado, em breve, também na galeria Tate de Liverpool, Reino Unido.

A promotora da exposição, a portuguesa Ana Miranda, mostrava-se particularmente confiante no sucesso da mostra, a julgar pelo facto de mais de metade dos trabalhos terem sido comprados na primeira hora, sobretudo por uma coleccionadora portuguesa e outra brasileira. “Os trabalhos têm elementos que as pessoas [em Nova Iorque] identificam rapidamente, do inconsciente americano, e personagens muito fortes”, disse à Lusa a agente cultural.

A mostra “I Love You, Oh, You Pay My Rent” já esteve patente na Galeria São Bento, em Lisboa.

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