Enfermagem: menos vagas para reduzir desemprego

Bastonário da Ordem dos Enfermeiros propõe redução de 10% nas vagas de acesso ao ensino superior. Cortes devem ser feitos nos "cursos que não têm credibilidade"

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Bastonário alerta para paradoxo

O bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Germano Couto, propôs esta quarta-feira uma “redução de 10 por cento ao ano” nas vagas de acesso ao ensino superior para combater o desemprego na profissão.

O responsável falava na Covilhã, à margem de uma visita ao Centro Hospitalar da Cova da Beira, e revelou detalhes de uma reunião mantida na última semana com o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato. No encontro, o bastonário sugeriu que “mais vale reduzir as vagas de acesso ao ensino de enfermagem, do que ter os enfermeiros no desemprego”.

Uma sugestão baseada na ideia de que “é mais problemático ter enfermeiros durante um ou dois anos no desemprego, a perder competências”. Segundo referiu, “pensa-se que reduzir 10 por cento das vagas ao ano seria uma das soluções”, abrangendo principalmente “cursos que não têm credibilidade”. Uma das soluções, mas não a ideal, sublinhou: “A melhor solução para o país era contratar enfermeiros”.

Germano Couto classifica como “um paradoxo” o facto de haver 3.500 enfermeiros formados, por ano, em Portugal, e não serem absorvidos pelo mercado, uma vez que “são necessários”. Segundo refere, há falta de enfermeiros em vários pontos do país, sobretudo nos cuidados primários, e a proporção entre enfermeiros e médicos revela essa carência: “Em Portugal, temos um rácio de um enfermeiro para um médico, quando sabemos que o grosso das necessidades da população são de enfermagem e não de médicos”.

Por outro lado, “os bons sistemas de saúde, sustentáveis do ponto de vista económico, têm um rácio de um médico para cinco ou seis enfermeiros” sublinhou.

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