Vilanculos: o paraíso a 750 quilómetros de Maputo

É como os postais das agências de viagens, os "moods" dos blogs e as actualizações do Facebook: gente bonita, areia branca e pés debaixo de água transparente

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Ana Viegas/Flickr

Há uma terra de boa gente e água quente no centro de Moçambique que muito tem chamado a atenção a turistas e residentes. Essa terra chama-se Vilanculos, homónimo do régulo que lhe deu nome, e fica a cerca de 750 quilómetros de Maputo. Mais curiosidade, ainda, atrai o seu arquipélago vizinho, o Bazaruto, com as suas ilhas quase desertas, cujos "lodges" são os únicos vizinhos das dunas virgens e das águas azul bebé. É como os postais das agências de viagens, os "moods" dos blogs e as actualizações do Facebook: gente bonita, areia branca e pés debaixo de água transparente. 

A distância em África, como aliás quase tudo, ganha uma dimensão de gigante. Viajar até Vilanculos de carro desde a cidade das Acácias demora mais do que as 9 horas de distância de Bragança a Lisboa. No entanto, como os Xutos bem sabem, quem conduz por gosto não cansa e, quando o paraíso nos espera o melhor é abrir bem os olhos, ter atenção às gentes que caminham nas bermas com tudo à cabeça e seguir caminho. Passada a demorada condução, entre pregos gordurosos da bomba da Manhiça, bananas compradas na beira da estrada e baobás, a placa do destino lá sorri sob o sol abrasador das 7h00 da manhã. Está quase. 

Céu e mar celestes

Uma hora depois, após de virar à direita e à esquerda, a esperada placa: “6 km Villas do Indico. Ocean Eco-Resort and Spa”. O pomposo nome é aceitável para giras casas em cima do mar e cabanas nas duna, modestas mas cómodas, limpas e apetecíveis. Até lá, mais 6 quilómetros na areia. É melhor engrenar o 4x4. Duna para aqui, buraco para ali e não tarda nada chega lá. Lá é longe mas merece a viagem. O Villas do Indico tem tudo para correr bem. 

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É possível passear de barco até ao Bazaruto, com vista para os golfinhos e flamingos Sara Vale

Os quartos, os passeios de barco ao Bazaruto com vista para os golfinhos e flamingos (com o respectivo almoço na ilha deserta para fazer inveja aos amigos que não sabem que a areia está a escaldar), o pequeno-almoço com pão quente na lenha e "croissants" com o chocolate a derreter e ainda os luxos tropicais do ananás e do maracujá. Tem ainda o jantar preparado pelo Paulo, açoriano que deixou tudo e trouxe a mulher para o paraíso, onde trabalham 30 horas por dia e mais os minutos que forem precisos. Tudo para que tudo corra bem. Tudo por nós. Tudo a ver a piscina que namora o mar, o mar que abraça a areia e faz as conchas brilhar. 

Enfim, é beleza até cansar, é passear na praia e tropeçar em búzios daqueles que se vendem nos colares das boutiques do Príncipe Real a preços de três dígitos, é comer peixe fresco ou lulas grelhadas com molho de limão e manteiga, é nadar até a pele enrodilhar, é ver peixes a brincar com os corais, é beber vinho tinto ao pôr-do-sol. É como em Portugal. Mas mais tropical.

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Vilanculos tem o nome de um antigo régulo Sara Vale
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