Taxa de desemprego jovem voltou a crescer e está nos 36,2%

Dados do INE mostram novo máximo histórico no desemprego jovem. A taxa geral também cresceu e atingiu os 14,9%

Foto
Adriano Miranda

A taxa de desemprego jovem (pessoas entre os 15 e os 24 anos) voltou a crescer, situando-se agora nos 36,2 por cento. Comparando com o mesmo trimestre de 2011, houve uma subida de 8,4 pontos percentuais. Há agora 154,4 mil jovens desempregados, o que representa mais de um terço do total dos jovens com menos de 25 anos.

Os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) dão também conta de um recorde na taxa de desemprego geral em Portugal, que atingiu, no primeiro trimestre de 2012, os 14,9 por cento da população activa.

Esta taxa equivale a 819,3 mil trabalhadores no desemprego — mais 48,3 mil pessoas que no trimestre anterior, e mais 130,4 mil pessoas do que no primeiro trimestre de 2011.

A previsão do Governo para a taxa de desemprego média em 2012 é 14,5 por cento, mas o ministro das Finanças anunciou uma revisão do método de previsão cujos resultados serão anunciados no início do próximo mês.

Algarve foi a região mais atingida

Ainda segundo o INE, havia no início do ano 4,7 milhões de pessoas empregadas em Portugal — uma redução de 4,2 por cento, ou 203 mil trabalhadores, em relação ao início de 2011. Esta redução no emprego explica-se sobretudo pela diminuição no número de homens a trabalhar (menos 131 mil); pela diminuição no número de jovens entre os 15 e os 34 anos empregados (menos 136 mil); e por uma redução muito forte no número de pessoas com escolaridade até ao nono ano (menos 276 mil). A região do país onde o desemprego mais aumentou foi o Algarve — onde a taxa atingiu os 20 por cento, nível inédito em Portugal.

A taxa de desemprego aumentou apesar de a população activa ter caído. A população activa reduziu-se 0,5 por cento em relação ao último trimestre de 2011, e 1,3 por cento por comparação com o primeiro trimestre de 2011. Do fim de 2011 para o início de 2012, tanto a população activa como a inactiva diminuíram, o que pode ser explicável por fluxos migratórios. Apesar de os dados das contas nacionais do INE para o primeiro trimestre de 2012 apontarem para uma recessão menos grave que o previsto, o desemprego voltou mesmo assim a aumentar.

“O mercado de trabalho normalmente reage com algum desfasamento à atividade económica”, disse à Lusa Paula Carvalho, economista do BPI.

Sugerir correcção
Comentar