Donica Cosby, a jogadora que trocou os Estados Unidos pelo basquetebol português

Tem 23 anos e defendeu as cores do Académico FC esta época. Surpreendeu ao ser a melhor marcadora do campeonato no seu primeiro ano como jogadora profissional. É a prova de que o basquetebol luso atrai talento

Foto
Donica Cosby é natural do Mississipi e joga num clube português António Abreu

É uma daquelas jogadoras de basquetebol que, por onde passa, deixa a sua marca. Natural do Mississipi, a base-extremo define-se como “playmaker”, alguém que faz  “muitas coisas bem o suficiente”. Na verdade, Donica Cosby é um talento bruto, capaz de marcar, assistir e penetrar em direcção ao cesto, num ziguezagueado infalível, movido pela técnica e a habilidade.

 

E se há dúvidas, atente-se nos números. Antes de rumar à histórica equipa da cidade do Porto, o Académico FC, a norte-americana, então ao serviço das Stars, conjunto da Oklahoma City University (OCU), da 1ª divisão da National Association of Intercollegiate Athletics (NAIA), alcançou médias de 12,6 pontos por jogo, 3,8 assistências, 2,5 ressaltos e 2 roubos de bola.

  

Foto
No primeiro ano no Académico FC conseguiu o título de melhor marcadora António Abreu

Mais atrás, na temporada 2009/2010, Cosby tornou-se a primeira jogadora das Stars a ultrapassar os 30 pontos numa partida desde Mariam Sy, em 2006, atleta maliana que foi a primeira dos quadros da OCU a ir para a WNBA, tendo sido seleccionada pelas Washington Mystics.

Foto
No primeiro ano no Académico FC conseguiu o título de melhor marcadora António Abreu

 

No Académico FC, o seu primeiro ano enquanto profissional não podia ter corrido melhor. Donica obteve uma colheita de pontos extraordinária — uma média de 19.7 por jogo —, o que lhe garantiu o título de melhor marcadora da fase regular do campeonato da 1ª divisão feminina.

 

Donica sonha com a WNBA

Para o sucesso no ano de estreia muito contribuiu a boa adaptação a Portugal. “As pessoas à minha volta fizeram com que fosse fácil adaptar-me. Toda a gente é simpática, tenho uma boa equipa, bons treinadores, é como uma família”, conta.

 

Nos tempos livres, a basquetebolista formada em Cinesiologia diz que gosta de “ir à praia, almoçar e relaxar”, apesar de ser difícil “desfrutar da beleza do país quando se está sempre a treinar”. “Portugal é lindo”, reforça.

 

À 20ª jornada, frente ao Montijo Basket, a jovem atleta viveu um dos melhores momentos, em Portugal, ao apontar uns impressionantes 43 pontos. Por esta e outras exibições acalenta jogar na WNBA — Women's National Basketball Association. “Quero jogar pelo menos um ano, na WNBA, pela experiência, e mostrar ao mundo com o que sou abençoada”. Quem sabe se dentro de pouco tempo se junta a Tamika Catchings, Deanna Nolan e Armintie Price, jogadoras que considera um “exemplo a seguir”. 

Sugerir correcção
Comentar