“Pensar Lisboa” dentro e fora da Internet

Manifestações não se fazem só na rua. A blogosfera está cheia de jovens lisboetas com críticas e elogios a fazer à cidade — e o blogue "Pensar Lisboa" é um exemplo disso

rmysterymoor/Flickr
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Os autores do blogue Pensar Lisboa não trocam o sofá pelo contacto com a população Gilderic/Flickr
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A caminho do local de almoço, em plena zona das Amoreiras, começaram a olhar para o campo de golfe perdido em frente às torres. “Olhámos em volta e percebemos que esta cidade precisava de ser pensada, literalmente”. Foi assim que começou o blogue "Pensar Lisboa", como uma brincadeira.

Diogo Agostinho, um dos autores do blogue “Pensar Lisboa”, cita Fernando Pessoa para explicar o aparecimento do projecto: “Todo o começo é involuntário”. Daí para a frente, só tiveram o trabalho de juntar um grupo de jovens de diferentes idades e ocupações e abrir uma conta de blogger. “Jovens que querem provocar”, afirma.

Consideram que o mundo virtual é cómodo, mas não trocam o sofá pelo contacto com a população. Em Outubro de 2011 visitaram a Associação de Moradores do Bairro da Cruz Vermelha que, segundo Diogo Agostinho “tem feito um trabalho notável no que diz respeito ao voluntariado”.

Ouvir o poder local

Já este mês voltaram a sair à rua, desta feita, para visitar a Junta de Freguesia de São José. O resultado desta “volta das juntas” está à vista de todos e pode ser lido no blogue: “Foi uma conversa produtiva em que se sentiu a vontade de servir os fregueses. Um excelente pontapé de saída. Pensar Lisboa requer ouvir as juntas de freguesia”.

Na opinião dos leitores, como Maria João Oliveira, esta é mesmo uma das iniciativas mais felizes. No entanto, julga que “é possível fazer mais”. E dá exemplos: “Dar mais voz às muitas colectividades locais que agregam os ‘reais’ lisboetas, associações cooperativas, grupos culturais etc.”.

Outra aclamada rubrica do blogue dá pelo nome de “Lisboa aos olhos de...” e apresenta várias personalidades, mais ou menos conhecidas, que respondem a um questionário padrão sobre a cidade: o que mais gostam, o que menos gostam, o que mudavam ou o que recomendariam a um turista.

Entre os nomes dos inquiridos constam já nomes como José Ribeiro e Castro, Herman José ou Filipa Vacondeus. “Esta rubrica tem sido um sucesso sobretudo em material para trabalharmos”, conta Diogo Agostinho. “Queremos ouvir diferentes visões e achamos que quanto mais opiniões tivermos, maior será o nosso conhecimento (sobre a cidade) ”.

No entanto, há leitores menos dedicados que consideram que “os assuntos tratados no blogue são notícias que passam na televisão”, como diz Diana Bernardes, residente em Lisboa. Conheceu o blogue há pouco tempo, quando um amigo lhe enviou um "link", mas diz que, para se tornar seguidora do blogue, este teria de apresentar “coisas que só podia descobrir se fosse lá”.

Com apenas quatro meses de vida, o “Pensar Lisboa” quer “entranhar-se” nas redes sociais e “provocar as pessoas” que, de acordo com Diogo Agostinho, são a matéria-prima do blogue. “Lisboa tem um capital humano de enorme valor. E nós queremos provocá-lo. Lisboa só ganha com isso”.

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