Arte&Manha: o espaço que é tudo

Restaurante, escola, bar, discoteca, sala de concertos, palco, galeria... O P3 foi ao número 22B da Av. Duque de Loulé

Art Invader Pedro Zamith
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Não é um restaurante mas serve refeições. Não é uma escola mas também dá aulas. Não é uma sala de espectáculos mas apresenta concertos. Não é uma discoteca mas está aberto até tarde, entenda-se longas horas da madrugada, e tem DJ. Isto poderia ser o início de uma adivinha mas não, é apenas a apresentação do Arte&Manha, um espaço cultural que ocupa o número 22B da Av. Duque de Loulé, em Lisboa, entre Picoas e o Marquês de Pombal.

Foi inaugurado em Junho de 2011 e em pouco mais de cinco meses já se afirmou como um espaço de eleição para muitos lisboetas, mas não só. Os turistas também já descobriram que o Arte&Manha serve comida ao som de jazz e às vezes até ao ritmo de poesia.

O rebuliço na rua transversal à agitada Av. Fontes Pereira de Melo já se tornou habitual à porta do número 22, onde muitas vezes é preciso esperar para se conseguir uma mesa e não será estranho se nos for pedido para partilhá-la com outros grupos. Não, não é por falta de espaço mas sim uma prática da casa para incentivar a conversa e o espírito de comunidade entre todos os clientes, que entre um copo ou outro de sangria saboreiam a cozinha de inspiração lusófona do "chef" cabo-verdiano.

Combinação de sabores

Comida portuguesa, africana ou brasileira, não há limites para a imaginação e combinação de sabores. “O 'chef' tem liberdade para introduzir os ingredientes que quiser e apresentar os pratos como quiser. Não somos rigorosos e queremos que os cozinheiros tenham liberdade para criar”, conta ao P3 Sofia, uma das responsáveis pelo Arte&Manha, explicando que o espaço, que serve almoços e jantares, tem uma ementa fixa.

“Mas ao almoço temos os pratos do dia e aos jantares tentamos sempre ter uma sugestão do 'chef'”, acrescenta, explicando que a sofisticação também não é esquecida. Mas nem só de comida se faz o Arte&Manha.

A pensar na multiculturalidade e na tentativa de oferecer uma programação para todos os gostos e interesses, todos os meses as actividades são renovadas e não se fecham as portas a nada. Da música ao teatro, passando pela literatura, o cinema, as artes plásticas ou a artes digitais, a programação é vasta e para simplificar criaram-se os dias temáticos.

Programa ilustrado

As segundas-feiras são dedicadas ao jazz, com aulas de sabar dadas por Nataniel (Terrakota) e concertos do género, onde este mês se destacam por exemplo os Tim Tim por Tim Tum, e as quartas-feiras são marcadas pela actuação da Orquestra Arte&Manha, especialmente criada pelo músico Luís Bastos, a convite da gerência, e que conta com JP Simões na voz. Os ritmos sul-americanos estão guardados para as quintas-feiras com aulas de pandeiro e concertos de vários nomes reconhecidos da música brasileira, enquanto as sextas a África é a anfitriã.

Ao fim-de-semana não há tema mas há animação e programação garantida. Apresentações de livros, "workshops", concertos e DJ preenchem os sábados e domingos de Dezembro de 2011. Muitas das actividades são de entrada de livre e as que se pagam o preço dos bilhetes ronda normalmente os cinco euros. Claro que ao fim destes seis dias, as terças-feiras são para o descanso do pessoal e o Arte&Manha não abre portas.

A programação completa está disponível no site mas também espalhada por Lisboa em cartazes desenhados por artistas que são convidados a enviar as suas propostas. E o que é mais incrível no meio disto tudo? “Foi criado em apenas dois meses.” Depois de uma estada no Brasil de Manel e Linda, os outros responsáveis. “Chegaram com a ideia e depois a partir daí o conceito foi sendo construído à medida que mais pessoas foram aparecendo e se foram juntando ao projecto.” Não será de admirar portanto se o Arte&Manha amanhã tiver mais ideias.

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