O Teatro Académico Gil Vicente está "on fire"

Numa cidade repleta de estudantes e de públicos tão diversos, já há muito que fazia falta um projecto assim tão empenhado, coerente e rico, no qual a arte e a cultura coabitam

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Desenhado em 1959, pelos arquitectos Alberto José Pessoa e João Abel Manta, num projecto organizado pela Universidade de Coimbra, o edifício do TAGV (Teatro Académico Gil Vicente) está actualmente com novos “residentes”. Sensivelmente desde Agosto deste ano, que o TAGV tem uma equipa renovada e uma programação eclética e interessantíssima.

À frente deste reestruturado TAGV, estão respectivamente, o Director Fernando Matos de Oliveira (Professor na Universidade de Coimbra e Doutor em Literatura Portuguesa) e o Director Adjunto Mickael de Oliveira (dramaturgo e investigador). No “clean”, mas hiper-moderno site do TAGV é possível consultar a política de programação do dito teatro (coisa rara nos sites de centros culturais) e que se foca no aspecto “multidisciplinar e multicultural, pode ser descrita por quatro palavras: diversidade, coerência, experimentação e formação.” Que mais se pode querer de uma linha programática?

“O TAGV estabeleceu ao longo dos anos uma identidade ‘sui generis’ que combina a função estritamente universitária com uma função pública em sentido mais lato. Este facto manifesta-se numa forte ligação com os agentes artísticos e com o tecido cultural da cidade.” Ou seja, temos um Teatro em Coimbra, que assume o compromisso entre as ambições artísticas e as necessidades reais do espectador. O novo TAGV tem neste momento um pouco de tudo: Cinema, Teatro, Dança, Performance e diversos ateliers que vão desde a dramaturgia até às práticas performativas, tornando-o mais do que um espaço onde as pessoas se deslocam para ver teatro, uma casa de cultura e artes de cena/palco.

Numa cidade repleta de estudantes e de públicos tão diversos, já há muito que fazia falta um projecto assim tão empenhado, coerente e rico, no qual a arte e a cultura coabitam. Numa época em que tudo parece frio (e não estou a referir-me à estação do ano) bem precisamos de coisas com muito chama, “on fire”, que nos mobilizem, e tal como a gasolina, nos façam avançar por explosão.

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