Madrid em 48 horas

Sugestão de um fim-de-semana na capital espanhola. Mas, atenção: Madrid não são dois dias. É uma vida

A imponência da arquitectura madrilena em cada rua Ana Chaves
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A imponência da arquitectura madrilena em cada rua Ana Chaves
A capital espanhola tem um roteiro turístico alargado Nelson Garrido
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A capital espanhola tem um roteiro turístico alargado Nelson Garrido

A primeira paragem é a Puerta del Sol, onde se encontra o símbolo da cidade, a estátua "O Urso e o Medronheiro". É uma zona tipicamente turística e onde, assim dita a tradição, na “Nochevieja", se ouvem as doze badaladas e se brinda ao novo ano.

Segue-se uma visita à Plaza Mayor, a praça mais emblemática da cidade. É, por excelência, uma zona de restaurantes e de comércio tradicional, onde é comum encontrar inúmeras estátuas humanas ou outros talentos de rua.

O passeio continua pela Calle Mayor que, em escassos minutos nos leva, quase acidentalmente, a uma espécie de mercado "gourmet": o Mercado de San Miguel. Há fruta, tapas, queijos, presunto, sushi, marisco, vinhos e doces para todos os gostos, mas com um toque de requinte.

Já com a barriga reconfortada, continua-se, a pé, até à Calle de Bailén. Aí, erguem-se dois símbolos: a Catedral de la Almudena e o imponente Palácio Real. Na mesma zona poderá ser visitado o Teatro Real bem como a Ópera. Há espectáculos amiúde. Para o jantar, nada melhor que experimentar a Lateral. É uma cadeia de restaurantes estrategicamente distribuídos por vários pontos da cidade. Aqui, num cardápio relativamente generoso, aconselha-se o “solomillo con brie”, a “croqueta de jamón” e o crepe recheado com doce de leite. Tudo isto não custará mais de dez euros, uma escolha a baixo preço, numa cidade já bem servida pelas companhias "low cost".

Para terminar a noite, qualquer uma destas opções é viável: La Latina, Plaza de España, Malasaña ou Chueca – o bairro "gay friendly" mais "cosy" de Madrid. Ou então – e porque não? – assistir a um espectáculo de flamenco? No Corral de la Moreria, aclamado pelo guia Michelin como um dos melhores "tablaos" do mundo, o bilhete com jantar incluído rondará os 40 euros. 

Cultura e churros

O segundo dia pode começar pelo Triângulo das Artes: primeiro, o Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia, onde, entre outras obras, se encontra o famoso Guernica, de Picasso. Segue-se o Museo Thyssen-Bornemisza, que condensa em três pisos obras desde o Renascimento até ao séc. XX.

O último vértice é, obviamente, o incontornável Museu Nacional do Prado. Goya, Velázquez, El Greco e Botticelli são quatro dos muitos nomes, da pintura à escultura, que podem ser admirados nas paredes. Terminada a visita, continua-se a caminhada pelo encantador Paseo del Prado até ao Palácio de Cibeles, também conhecido como Palácio das Comunicações (Plaza de Cibeles, 2). É impossível não reparar também na magnânima Fonte de Cibeles.

A cerca de 400 metros temos a Porta de Alcalá, bem como o Parque do Retiro. São precisas duas a três horas para ser visto com merecida atenção. Invertendo o sentido da marcha, retornamos à Puerta del Sol. A dois passos estão o Banco de Espanha e a Gran Vía, provavelmente a rua mais movimentada de Madrid. É onde tudo acontece.

Aqui, o Museo Chicote é de visita obrigatória. Nos seus sofás já se sentaram, numa outra altura, Hemingway, Buñuel, Almodóvar, Grace Kelly e Frank Sinatra. É expressamente proibido deixar Madrid sem antes conhecer a Chocolatería San Ginés e os inesquecíveis churros envoltos em chocolate. Uma bomba calórica que vale bem a pena.

Madrid regressará sempre, diz José Luís Peixoto. E a verdade é que Madrid não são dois dias. É uma vida.

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