Não engana: é filha de José Manuel Coelho

Raquel Coelho é, desde o início do mês, líder parlamentar do PTP. Também é filha do carismático político madeirense. Sem dúvida

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Não havia a certeza. Com 23 anos, acabada de sair da vida universitária, não se sabia mesmo. Quando o Partido Trabalhista Português/Madeira (PTP-M) alcançou o estatuto de quarta força política do arquipélago, nas eleições legislativas regionais de Outubro, sendo ela um dos três deputados eleitos pelo mesmo para o hemiciclo madeirense, as dúvidas começaram a dissipar-se.

No momento em que foi escolhida para líder parlamentar do PTP-M, ocupando um lugar de destaque, tudo ficou mais claro. Na conversa com o P3, a certeza chegou: Raquel Coelho é filha do pai. Bem, isso já se sabia, mas a questão é que Raquel é mesmo filha do “seu” pai, José Manuel Coelho.

E mesmo que diga que apenas é parecida com ele “a nível de objectivos”, ainda que usem “meios diferentes” para os cumprirem, não convence. “O meu pai é uma pessoa que, apesar de mais velha, é mais irreverente e irrequieta do que eu” [risos], revela.

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O clã Coelho DR

  

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Uma sessão plenária é como se estivesse na minha sala de aula, onde existe todo o tipo de miúdos, diz Raquel DR

Um “déjà vu”

Será? A primeira pergunta era obrigatória: “Como é que têm sido os primeiros momentos como líder parlamentar do PTP?” Resposta: “Como se fosse um ‘déjà vu’. Foi como se tivesse voltado à minha escola, na Francisco Franco, há cinco ou seis anos atrás. Uma sessão plenária é como se estivesse na minha sala de aula, onde existe todo o tipo de miúdos. Tem os miúdos certinhos, tem os miúdos estudiosos, tem as meninas desconfiadas, tem os meninos para a galhofa, tem os meninos para mandar os galhardetes. Aquilo é um pouco de tudo”.

Raquel Coelho, irónica, diz que entrar no parlamento regional foi como voltar à escola

Está visto: a ironia de José Manuel Coelho está lá. “Foi essa a primeira sensação que eu tive do parlamento regional. A questão é que eu não sei se vou aprender, ou desaprender, ali”. Em suma, estão lá os genes. Mas não só. Também alguns ideais: “Queremos tornar a sociedade mais justa, mais democrática, onde haja mais igualdade para todas as pessoas. Acho que partilhamos esse sonho”, refere.

Apesar de falar em eleições meio-aldrabadas, Raquel Coelho reconhece o sucesso de Alberto João Jardim

E partilham ainda o mesmo partido, o PTP. Isto apesar de, no passado, o pai ter saltado, como um “coelho”, entre partidos. Passou pelo PND, PCP e BE. É verdade que Raquel gosta “muito de Francisco Louçã, na actualidade”, mas isso não basta para mudar de força política: “Eu vejo o partido como uma máquina de cidadania, (…) [como] as pessoas que o compõem. Enquanto as pessoas que o compuserem tiverem objectivos iguais aos meus, nunca terei que mudar de partido”.

Talvez por considerar o PTP um partido “mais jovem”, ou seja, que “não é a brigada do reumático”, Raquel tenha aceitado o cargo de líder parlamentar, para “ser uma lufada de ar fresco no meio de um grupo que é sempre o mesmo, que não se renova”.

Indirectamente, percebe-se a referência à governação de Alberto João Jardim. Mas a verdade é que Raquel Coelho não tem pudor de falar do líder madeirense: “Parece-me que é uma pessoa muito fiel ao típico madeirense (…), sem papas na língua. (…) Infelizmente, é uma pessoa muito pouco democrática e, como tal, tem assombrado as pessoas com o medo da mudança”.

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