Pílulas com risco superior de coágulos sanguíneos vendidas em Portugal

Yaz e Yasmin são comercializadas em Portugal. Segundo um estudo, podem aumentar o risco de coágulos sanguíneos mais do que as outras pílulas mais antigas

Foto
Os riscos já eram conhecidos na Europa e a bula já tinha sido revista para os incluir Paulo Ricca

Um estudo da "Food and Drug Administration" (FDA), a agência norte-americana de medicamentos, divulgado sexta-feira refere que algumas pílulas contracetivas - como a Yaz e a Yasmin do laboratório alemão Bayer - parecem aumentar o risco de coágulos sanguíneos em maior proporção que os contraceptivos orais mais antigos.

Em resposta à agência Lusa, o Infarmed refere que “o risco de tromboembolismo venoso era já conhecido e que em Junho de 2011 foi actualizada a informação do Resumo de Características e do Medicamento e o Folheto Informativo de acordo com estes novos dados”.

Contudo, o Infarmed informa que, juntamente com a Agência Europeia do Medicamento (EMA), vai continuar “a acompanhar os desenvolvimentos relativos a este assunto”.

Risco 1,5 vezes superior

A FDA analisou os testes realizados em mais 800 mil mulheres que utilizaram diferentes meios de contracepção entre 2001 e 2007.

Nas conclusões preliminares, a FDA estima que as pílulas contraceptivas que contenham drospirenona, um tipo de progesterona sintética de nova geração semelhante à hormona natural, apresentam um risco de formação de coágulos sanguíneos superior em 1,5 vezes comparativamente às pílulas usadas antigamente.

Contactada pela Lusa, a Bayer afirmou que está a analisar o estudo, não podendo, neste momento, emitir qualquer comentário sobre os resultados e conclusões da investigação.

No entanto, o laboratório farmacêutico lembra que “os contraceptivos orais combinados (COC) estão entre os medicamentos mais estudados a nível mundial e mais largamente utilizados na actualidade”.

Segundo o laboratório, todas as pílulas de controlo de natalidade, incluindo as da Bayer, têm associado um risco aumentado de coágulos sanguíneos, acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco.

“O TEV é um evento raro entre as mulheres que utilizam contraceptivos orais combinados, e este risco de tromboembolismo venoso é menor que o verificado durante a gravidez e após um parto”, sublinha a empresa que aguarda agora pelos resultados da discussão científica do estudo da FDA a 8 de Dezembro.

Sugerir correcção
Comentar