Sara Reis, a Hasselblad e o circo

Famalicão, Cascais, Torres Vedras e Porto. A aluna de fotografia encontrou circo, nomes artísticos e pessoas de carne e osso

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Teddy Mariani (Circo Chen) Sara Reis

Sara Reis andou nisto durante quatro meses – desde a proposta de trabalho até à inauguração do trabalho “Circus” realizado no âmbito do curso de Tecnologia da Comunicação Audiovisual do DAI/ESMAE/IPP. Localizou os circos, correu atrás deles, apresentou-se e fotografou as ilusões dos artistas, pessoas de carne e osso.

Famalicão, Cascais, Torres Vedras e Porto. Lá, Sara Reis encontrou as tendas gigantes presas com estacas, a caravana azul turquesa, as longas passadeiras vermelhas, as cadeiras de plástico com as pernas entaladas em terra batida e tufos de relva.

“Alguns artistas receberam-me mal e não me deixaram fotografar nem entrar nas suas casas, tornando-se num obstáculo. Mas a maior parte recebeu-me de braços abertos”, conta Sara ao P3. Muitas vezes eles próprios passaram a ser os encenadores do seu próprio retrato.

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Cátia e Nuria (Circo Chen) Sara Reis

“Alguns pediram-me que os fotografasse em determinados locais e com determinada roupa”. Todos eles se habituaram à sombra da fotógrafa e à presença da “máquina antiga”, uma Hasselblad 500 CM, um intruso analógico que se transformou num complemento das tarefas diárias e que obrigou Sara Reis a uma planificação minuciosa.

“O meu método de trabalho levava a que eu conhecesse os artistas no mesmo dia em que os iria fotografar, não havendo assim um período inicial de aproximação. Isso exigiu um método de trabalho muito racional e consciente e uma necessidade de predefinir todos os passos”.

Projecto 11

Planos à parte – contingências orçamentais à parte — “o projecto foi-se encaminhando por si só”. “Conforme eu ia fazendo e analisando as fotografias, ia descobrindo o meu caminho e de que forma deveria retratar estes artistas que desde sempre me fascinaram”.

O projecto incluía digitalização, impressão e exposição do trabalho (que esteve no Centro Português de Fotografia, no Porto até ao dia 11 de Setembro), bem como a publicação do livro de autor. Sara Reis, que espera enveredar pela área documental, pretende continuar a revelar outros artistas do seu “Circus”.

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