Incêndio na Sony pode ter sido provocado por gangue

Os motins de Londres têm as costas largas. A destruição da PIAS e de cerca de 150 editoras independentes pode ter sido organizada

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A operação provocou enormes prejuízos às editoras britânicas Reuters

O incêndio que devastou o armazém da Sony durante os motins de Londres, e que provocou enormes prejuízos para a distribuidora PIAS – a maior do Reino Unido – e cerca de 150 editoras independentes, pode ter sido organizado por um gangue, que utilizou a desordem como manobra de distracção.

O incêndio ocorrido a 8 de Agosto no armazém da Sony em Enfield, norte de Londres, estava a ser ligado aos motins que devastaram as ruas da capital inglesa no início do mês passado. Mas novas provas levam as autoridades a ponderar a possibilidade de o incêndio ter sido deliberadamente provocado por ladrões profissionais, que aproveitaram o contexto de desordem para poderem actuar.

O espaço reunia milhares de CD e DVD de várias editoras independentes britânicas – como a Domino, a Warp e a XL –, que viram grande parte do seu material destruído. Os danos foram de tal ordem avassaladores que algumas das editoras assumiram mesmo que o golpe tinha sido fatal para a sua subsistência. O incêndio foi considerado um verdadeiro drama para a indústria da música.

Tudo programado

Segundo fontes da segurança do armazém, citadas pelo jornal The Telegraph, os assaltantes terão desactivado um complexo sistema de segurança para poderem entrar no espaço.

Depois de o contornarem, terão levado várias carrinhas para as traseiras do armazém, longe do foco do incêndio, aproveitando a distracção para carregar as viaturas com material. A desordem, que manteve os seguranças ocupados e grande parte do corpo policial concentrado nas ruas londrinas, terá sido o motivo do sucesso.

Para aperfeiçoar toda esta encenação, os assaltantes terão convidado alguns dos gangues ligados aos motins, como forma de encobrir o seu rasto. Depois do sucedido, cinco jovens foram detidos por terem sido associados ao incêndio e a pilhagens.

A Sony recusou fazer quaisquer comentários sobre estes desenvolvimentos, visto que a investigação ainda se encontra em curso.

Artigo corrigido às 18h47 (23/09)

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