CouchSurfing.org deixa de ser organização sem fins lucrativos

Utilizadores acreditam que mudança subverte filosofia solidária que deu origem ao "site"

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A idade média dos utilizadores do CouchSurfing é 28 anos DR

O CouchSurfing é um dos símbolos maiores da Internet solidária e sem fins lucrativos. Pessoas em contacto com outras pessoas à procura de um sítio onde dormir quando viajam para fora de casa. O sucesso do site tem sido tão grande que, de agora em diante, o CouchSurfing.org deixará de ser uma organização sem fins lucrativos para se transformar numa empresa.

Mesmo que nunca tenha usado o serviço, decerto sabe do que se trata. O site foi criado em São Francisco (Califórnia), em 2003, pelo americano Casey Fenton em colaboração com um grupo de outras pessoas. A ideia ocorreu-lhe depois de ter precisado de viajar até à Islândia em 1999 e de ter enviado mais de 1500 e-mails a pessoas e departamentos universitários pedindo estadia grátis. Conseguiu 50 respostas afirmativas.

De regresso aos EUA, Fenton percebeu que tinha ali a semente de uma boa ideia e lançou o CouchSurfing.org cujo lema é: “pôr em contacto gente do mundo inteiro”. De lá para cá a página tem sido um sucesso. De acordo com o "ranking" do site Alexa, que mede as páginas mais populares da Internet, o CouchSurfing.org aparece no lugar 1700 em termos de tráfego online.

A idade média dos utilizadores do CouchSurfing é 28 anos. O primeiro idioma falado é o inglês, seguido de francês e castelhano. A maioria dos utilizadores registados reside nos EUA, Alemanha, França e Inglaterra.

Durante todos estes anos, o site foi um símbolo de actividade não-lucrativa, um verdadeiro bastião de comunhão e interajuda entre internautas, muitos dos quais ajudaram a escrever parte do código usado actualmente na gestão do site.

Porém, na semana passada, o CouchSurfing.org deixou de ser oficialmente uma organização não-lucrativa de esforço colectivo para se transformar numa empresa após uma injecção de capital na ordem dos 7,6 milhões de dólares, por parte de duas empresas: a Benchmark Capital e a Omidyar Network. A partir desse momento, foi anunciado que o CouchSurfing iria começar “um plano agressivo de contratação” de pessoas para a manutenção do site.

Esta notícia deixou indignados muitos internautas e colaboradores do CouchSurfing. Formou-se entretanto um grupo de protesto na comunidade de utilizadores do site, questionando a decisão de transformação do CouchSurfing em empresa e pedindo explicações para o sucedido.

A notícia é ainda mais vexatória - dizem os indignados - porque os membros da comunidade CouchSurfing têm contribuído, ao longo dos anos, com donativos e trabalho para manterem o projecto à tona.

Lê o artigo completo no PÚBLICO.

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