Salgado promete voltar a contratar Morão

Antigo gabinete do vereador Manuel Salgado tem tido a Câmara de Castelo Branco como cliente.

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Manuel Salgado Daniel Rocha

Num comunicado divulgado no seu site e num direito de resposta acerca da notícia do PÚBLICO de 31 de Março, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) informou que, “uma vez concluídos os trabalhos de preparação do programa de investimentos, é intenção da CML continuar a contar com a colaboração de Joaquim Morão no apoio à sua execução”.

Os serviços contratados em 2015 e 2016 e que a CML pretende vir a contratar prendem-se com obras dependentes do vereador Manuel Salgado, que foi quem contratou o ex-autarca.

Embora não sejam conhecidas quaisquer relações de proximidade entre este arquitecto e o ex-autarca de Castelo Branco, o gabinete de projecto Risco - de que Salgado era o principal accionista e que passou aos filhos e à ex-mulher quando assumiu funções na CML, em 2008 - tem tido o município daquela cidade como principal cliente na administração pública local e central e nas empresas públicas. 

Entre 2009 e 2017 os 13 contratos celebrados pelo Risco com entidades públicas (a grande maioria dos clientes do Risco são do sector privado), todos por ajuste directo, somaram 912 mil euros, conforme se verifica no portal dos contratos públicos, onde são publicados todos os contratos posteriores a 2008. Daquele montante global, 251 mil euros (28% do total) resultam de contratos com a Câmara de Castelo Branco. O principal dos três corresponde ao projecto do Centro Coordenador de Transportes daquela cidade, foi assinado em 2012, quando Morão era presidente daquela câmara, e importou em 179 mil euros. Os outros têm data de 2016. 

A restante facturação da empresa com entidades sujeitas ao Código dos Contratos Públicos reparte-se, naquele período, por quatro outras câmaras, Parque Expo, Fundação Centro Cultural de Belém e Parque Escolar, empresa pública com quem assinou o contrato mais importante: 204.935 euros.

Para lá dos serviços que lhe foram pagos pela CML em 2015 e 2016, Joaquim Morão ocupa, há vários anos, pelo menos mais um lugar remunerado: o de presidente do Conselho de Administração da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo Beira Baixa (Sul), onde aufere, segundo o relatório e contas de 2017 publicado por esta entidade, a “remuneração anual de 32.200 euros”. 

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