Metro de Lisboa vai investir 110 milhões na compra de sete comboios

Ministro do Ambiente anunciou no Parlamento um investimento total de 210 milhões que envolve novo sistema de segurança e sinalização, e uma agilização na despesa para manutenção que abrange também a Transtejo/Softlusa.

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Investimento vai permitir melhorar a oferta do metro de Lisboa Margarida Basto

O Metropolitano de Lisboa vai comprar sete novos comboios para reforçar a sua oferta – que tem apresentado várias falhas – e modernizar o seu sistema de sinalização e segurança – permitindo melhorar a circulação. O anúncio foi feito esta quinta-feira pelo ministro do Ambiente, Matos Fernandes, no âmbito de uma audição da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.

De acordo com Matos Fernandes, o Conselho de Ministro (CM) desta quinta-feira autorizou uma resolução permite a aquisição de 14 novas unidades triplas (cada comboio é composto por duas destas unidades), num processo avaliado em 110 milhões de euros. Segundo o ministro, o concurso público será lançado “o mais tardar” em Julho.

Outros 100 milhões, no âmbito da resolução do CM, serão aplicados na modernização dos sistemas de segurança, sinalização e controlo de circulação, tendo o ministro recordado que o actual sistema data dos anos 1970 (à excepção da Linha Vermelha) e que foi por causa da sua degradação que, no Governo anterior, se diminuiu a velocidade dos comboios e se aumentou o tempo espera pelas composições nas estações.

Em comunicado, o Ministério do Ambiente afirmou que, quando for adoptado, o novo sistema vai permitir “o reforço da segurança do serviço, o controlo e reorganização automática dos horários em situações de perturbação na circulação e o aumento das frequências de serviço, através da redução do intervalo entre comboios”.

Verba sai do Fundo Ambiental

Os dois concursos vão ser lançados ao mesmo tempo. Ao todo estão em causa 210 milhões euros. Esta verba, segundo afirmou o ministro aos deputados, virá toda do Fundo Ambiental. De acordo com Matos Fernandes, estava previsto que a dotação do fundo para este ano fosse de 150 milhões de euros, mas o valor “pode chegar aos 250 milhões”, devido a um aumento do encaixe com os leilões de carbono (cujo preço por tonelada está a subir).

Chamado ao Parlamento pelo BE e pelo PCP para falar do plano de expansão do metro do Rato para o Cais do Sodré, em que a ideia de linha circular – a verde – tem sido alvo de contestações, e da situação das ligações fluviais com Lisboa, Matos Fernandes aproveitou a sua intervenção inicial para dar conta de uma terceira novidade no âmbito da resolução do CM. Esta vem dar “autonomia administrativa e financeira para a execução de rubricas orçamentais relativas a empreitadas de grande e pequena manutenção” no Metro de Lisboa e na Transtejo/Softlusa. Com esta medida, lê-se no comunicado, pode-se agilizar “os processos de contratação” de serviços de manutenção e repor “as condições de operacionalidade” e segurança das empresas.

Isso irá também permitir um aumento da oferta actual, com a entrada em funcionamento de unidades paradas à espera de reparação. “Vamos poder fazer muito mais depressa a despesa [que seja necessária]”, sublinhou o ministro, adiantando ainda a publicação de portarias, entre esta quinta e sexta-feira, que permitem a substituição e modernização das portas do metro.

Em cima da mesa está ainda um pré-aviso de greve, agendada para 19 de Abril. De acordo a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), a greve surge pela falta de pessoas para a manutenção. A dirigente da Fectrans Anabela Carvalheira afirmou à Lusa, no dia 27 de Março, que a empresa tinha assumido em Janeiro “que entrariam 23 trabalhadores para a área da manutenção e 30 trabalhadores para a área das estações", algo que ainda não aconteceu.

No plano de actividades para este ano está previsto o reforço das linhas Azul e Amarela com mais um comboio à hora de ponta (7h30-9h30) nas manhãs dos dias úteis. Esse reforço deve também verificar-se durante as tardes do fim-de-semana nestas duas linhas, bem como na Vermelha. No entanto, até agora, nada avançou. A estratégia inclui também a circulação de comboios com seis carruagens aos sábados e domingos na Linha Vermelha e na Azul, além de na Linha Verde.

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