Familiares das vítimas retomam vida normal um ano após explosão pirotécnica

Das oito vítimas mortais, seis eram da mesma família e outros dois eram funcionários. Hoje os familiares "têm a vida normalizada", disse o presidente da junta de Avões, local da explosão.

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Oito pessoas morreram a sequência de várias explosões numa fábrica de pirotecnia em Avões, a 4 de Abril do ano passado LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA

Um ano após a explosão numa pirotecnia de Lamego, que provocou a morte a oito pessoas, os sinais da tragédia vão desaparecendo e a dinâmica familiar vai ganhando novo rumo, disseram presidentes da junta daquele município.

Das oito vítimas, seis eram da mesma família e outros dois eram funcionários. O dono da empresa de pirotecnia, uma filha deste, três genros do proprietário e ainda uma sobrinha não sobreviveram a uma forte explosão, seguida de incêndios, naquela unidade industrial.

No final da tarde do dia 4 de Abril de 2017, a explosão deixou em choque as povoações de Lamego, tal a brutalidade do incidente, que obrigou a grande desempenho da protecção civil, além de outras forças de segurança. Na altura, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deslocou-se ao local e o Parlamento aprovou por unanimidade um voto de pesar, assim como a Câmara de Lamego.

Nesta quarta-feira, precisamente um ano depois uma explosão com foguetes junto à capela de Gondelim, uma aldeia no concelho de Penacova, provocou um morto e 16 feridos, três deles graves.

Indemnizações das seguradoras

O Município de Lamego também destacou o facto de o primeiro-ministro, António Costa, ter manifestado "de imediato a sua solidariedade pessoal e o incondicional apoio do Governo, através da presença do secretário de Estado da Administração Interna e das mensagens e disponibilidade manifestadas pelo ministro da Defesa e outros membros do Governo".

"Têm a vida normalizada, um dos filhos retomou o negócio, não na produção, mas apenas na venda e as irmãs estão a dar apoio. A situação está normalizada", disse à agência Lusa o presidente da junta de Avões, local da explosão, Macário Rebelo.

O autarca disse desconhecer se a família já terá recebido alguma indemnização das seguradoras – a edição desta quarta-feira do Jornal de Notícias diz que o processo ainda não está concluído –, até porque "são todos muito reservados".

Também o presidente da Junta de Freguesia de Ferreiros, onde agora vive aquela família, disse à Lusa nada saber sobre as indemnizações, mas sublinhou que o processo de regresso à normalidade está a correr bem.

"Mas a família não tem falado com a Junta. Nem para pedir qualquer tipo de apoio, psicológico ou outro. Foi um processo difícil, mas é uma família muito forte, com grande dinâmica", explicou Patrício Esteves.

Na altura do incidente, a PSP revelou que a empresa tinha sido inspeccionada em 2016, não tendo sido detectada qualquer desconformidade com a lei.

"A empresa Pirotecnia Egas Sequeira, Sociedade Unipessoal, Ld.ª, em que ocorreu o incidente, encontrava-se a laborar ao abrigo de uma autorização provisória do exercício da actividade, por força do previsto no Decreto-Lei n.º 87/2005, de 23 de Maio. A referida empresa foi alvo de várias acções de fiscalização pelo Departamento de Armas e Explosivos da PSP, tendo a última ocorrido em 12/04/2016, não tendo sido detectada qualquer desconformidade com a Lei", referia então uma nota de imprensa da PSP enviada à agência Lusa.

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