Explosão de foguetes em aldeia de Penacova causa um morto e 30 feridos

A pessoa que morreu estava a manusear artigos de pirotecnia. Há cinco crianças entre os feridos, que foram todos transportados para unidades hospitalares em Coimbra. A PJ e a PSP estão a investigar o sucedido.

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A explosão aconteceu junto da capela onde decorria uma missa Sérgio Azenha
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Uma explosão com foguetes junto à capela de Gondelim, uma aldeia pertencente ao concelho de Penacova, fez nesta quarta-feira um morto e 30 feridos – dois em estado muito grave (um deles já foi operado e está “estável”; o outro está à espera de ser operado). A informação foi confirmada ao PÚBLICO pelo presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Fernando Regateiro. O alerta foi dado às 12h31, refere o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Coimbra. A PJ e a PSP estão a investigar o incidente.

A vítima mortal era um funcionário da empresa de pirotecnia. Ao todo, foram registados 30 feridos: 21 estão internados nos Hospitais da Universidade de Coimbra, três já tiveram alta, cinco crianças foram assistidas no Hospital Pediátrico e há ainda uma outra pessoa internada no Hospital Geral de Coimbra, nos Covões. Um dos feridos foi transportado para Coimbra de helicóptero. As cinco crianças assistidas no Hospital Pediátrico têm idades entre os cinco e os 16 anos e devem ter alta nesta quarta-feira, esclareceu uma fonte do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Segundo o Diário de Coimbra, a intensidade da explosão fez com que uma das paredes laterais da capela fosse derrubada, provocando ainda danos em várias habitações vizinhas.

Em declarações à Lusa em Gondelim, o comandante operacional distrital de Coimbra, Carlos Tavares, explicou que a explosão decorreu no recinto de festas momentos antes da saída das pessoas da capela para a procissão. Também o presidente da Câmara de Penacova prestou declarações: "Naturalmente, quando acontece um facto destes, é porque alguma coisa correu mal. Neste momento, ainda não conseguimos avaliar [o que aconteceu]. Os peritos estão a fazer essa averiguação para identificar as causas desta tragédia."

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou os feridos da explosão de Penacova que se encontram hospitalizados em Coimbra. Em declarações à RTP, aproveitou para elogiar as estruturas de saúde pela “capacidade de resposta imediata” e deixou uma “palavra de solidariedade” aos feridos e às suas famílias. Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que também visitou as crianças feridas na explosão, que estão internadas no hospital pediátrico.

Segundo o site da Protecção Civil, chegaram a estar no local 82 operacionais, 35 viaturas e três meios aéreos. A Lusa diz que, além da GNR e do INEM, estiveram também no local bombeiros das corporações de Penacova, Mortágua, Santa Comba e Vila Nova de Poiares. 

O comandante da GNR António Simões explicou ao PÚBLICO que o incidente com o material pirotécnico aconteceu durante uma festa de aldeia, não sabendo precisar quais as circunstâncias concretas em que aconteceu a explosão. No Facebook da aldeia de Gondelim, foi partilhado o cartaz das Festas de Nossa Senhora da Moita, que começaram nesta quarta-feira: para as 12h estava prevista uma missa, seguida de procissão e, à meia-noite, era esperada uma descarga de fogo-de-artifício “bem carregado”.

Artur Simão, natural de Gondelim, assistiu ao desastre, relatando que houve uma primeira explosão e "uma segunda mais intensa", que originou uma "nuvem de fumo muito grande", perto da capela. "Depois da explosão foi muita confusão, gritos por todo o lado", realçou o habitante de Gondelim, que contou "15 minutos" entre o acidente e a chegada da primeira equipa de socorro.

O vice-presidente da Câmara de Penacova, João Azadinho, explicou à Lusa que a pessoa que morreu estava a manusear os artigos de pirotecnia. "O socorro foi muito rápido", acrescentou. Além dos meios de socorro, estiveram também no local o Apoio Social da autarquia, a Segurança Social e instituições particulares de solidariedade social. 

A agência Lusa refere que, desde 2005, morreram 21 pessoas em Portugal em acidentes em fábricas de pirotecnia ou com engenhos pirotécnicos. com Lusa

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