NASA vai lançar um caçador de planetas com portugueses a “bordo”

Telescópio TESS destina-se a procurar novos mundos à volta de estrelas na nossa proximidade.

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Ilustração do telescópio TESS a passar à frente de um planeta extra-solar NASA/GSFC

A agência espacial norte-americana NASA acaba de confirmar o lançamento a 16 de Abril de um telescópio que irá procurar novos planetas fora do nosso sistema solar, missão na qual participam cientistas portugueses.

Após uma conferência de imprensa, a NASA refere, em comunicado, que a missão TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite, ou Satélite de Levantamento de Exoplanetas em Trânsito) está em fase final de preparação na Florida, Estados Unidos e que irá ser lançada a 16 de Abril “para encontrar mundos ainda não descobertos à volta de estrelas nas proximidades”. O telescópio irá para o espaço a bordo do foguetão Falcon 9, da empresa aeroespacial privada SpaceX, que descolará da base de Cabo Canaveral, na Florida.

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O telescópio TESS no Centro Espacial Kennedy, na Florida, EUA Reuters

Na missão participa o investigador Tiago Campante, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, que esteve envolvido no planeamento científico, nomeadamente na selecção de estrelas-alvo a observar, como contou à agência Lusa.

Com o telescópio em funcionamento, e do qual são esperados os primeiros dados no fim deste ano ou em Janeiro, o astrofísico português vai estudar em particular a vibração (oscilações no brilho) das estrelas a partir da decomposição da sua luz. Estas oscilações permitem caracterizar detalhadamente as estrelas, como a sua massa, o diâmetro e a idade, explicou ainda Tiago Campante, contemplado este ano com uma bolsa europeia Marie Curie no valor de 160 mil euros.

O astrofísico português esclareceu que o telescópio vai fazer a detecção de exoplanetas (planetas fora do nosso sistema solar) “por todo o céu” – incluindo aqueles que possam estar na chamada “zona habitável” da estrela, planetas nem demasiado perto nem longe da estrela-mãe e que, por isso, poderão ter à superfície água líquida, elemento essencial para a vida tal como se conhece.

A validação dos novos planetas extra-solares detectados, adiantou Tiago Campante, será depois feita em terra com outros telescópios por outros investigadores, inclusivamente portugueses do núcleo do Porto do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, com largo trabalho neste tipo de planetas.

A missão, com uma duração inicial de dois anos, vai concentrar-se em planetas que orbitam estrelas próximas da Terra, a menos de 300 anos-luz de distância, e 30 a 100 vezes mais brilhantes do que as estrelas-alvo de outro caçador de exoplanetas, o telescópio espacial Kepler, também da NASA, que rastreou apenas uma determinada zona do céu. Durante o primeiro ano da missão será observado o hemisfério Sul, enquanto no segundo ano será a vez do hemisfério Norte.

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