Ministro concorda com decisão da Protecção Civil: “Foi na defesa do interesse público e nacional”

Ministro da Administração Interna garante que o país vai ter o melhor quadro de meios aéreos que alguma vez o país teve.

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Eduardo Cabrita concorda com a decisão da Protecção Civil LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O ministro da Administração Interna disse esta quinta-feira que foi “na defesa do interesse público e nacional” que a Protecção Civil encerrou as instalações onde os helicópteros Kamov estavam a ser reparados, em Ponte de Sor, distrito de Portalegre.

“O importante é a defesa do interesse público e do interesse nacional. A autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) salvaguarda o interesse nacional naquilo que é a defesa da operacionalidade e de uma relação contratual com entidades privadas (...). Na salvaguarda do cumprimento de uma relação contratual. Não vou falar aqui daquilo que é uma relação com uma entidade privada. Cabe à Autoridade Nacional de Protecção Civil defender o interesse público”, explicou Eduardo Cabrita aos jornalistas, em Lisboa.

A ANPC confirmou na quarta-feira que o hangar da frota de helicópteros Kamov foi encerrado, justificando a decisão com a movimentação de material sem ter sido identificado, sem autorização, por parte da Heliavionics (subcontratada da Everjets, SA), acrescentando que aguardava esclarecimentos da Everjets.

Cerca de uma hora antes, a empresa que opera estes helicópteros em Portugal, ao abrigo de um contrato celebrado com o Estado, anunciou, em comunicado, que a ANPC “selou as instalações” e expulsou as equipas que procediam à manutenção de três helicópteros Kamov, avisando que a prontidão destas aeronaves fica “seriamente” comprometida.

“A Autoridade Nacional de Protecção Civil avaliará [a situação], no quadro da relação com a entidade privada, que faz a sua gestão da manutenção, e que está, aliás, em reiterado incumprimento. A Autoridade Nacional de Protecção Civil está a avaliar as consequências desse incumprimento e já aplicou, aliás, penalidades a essa empresa privada. Cabe-nos defender o interesse público”, sublinhou o ministro.

A 13 de Fevereiro deste ano, em resposta enviada à agência Lusa, o Ministério da Administração Interna disse esperar que os três helicópteros Kamov estivessem operacionais a tempo de integrar o dispositivo de combate a incêndios florestais deste ano.

Perante esta situação, e questionado sobre a possibilidade de os três Kamov não estarem operacionais a 15 de Maio – altura em que tem início a época de incêndios –, Eduardo Cabrita deixou uma garantia: “Nós teremos, este ano, o melhor quadro de defesa do país com meios aéreos que já alguma vez tivemos: porque vamos ter ao longo de todo ano, o que nunca aconteceu, uma resposta, quer em helicópteros, quer em aviões, que estarão à disposição do país todo o ano”.

O ministro da Administração Interna falou à margem de uma acção de sensibilização promovida pela PSP nas vertentes de segurança dirigida aos turistas e da prevenção da sinistralidade rodoviária, que incluiu o acompanhamento de uma acção de patrulha mista luso-espanhola, entre os Restauradores e o Rossio, em Lisboa, onde contactou com polícias nacionais e espanhóis.

No comunicado enviado na quarta-feira, a Everjets referia que a ANPC encerrou e selou as instalações [na terça-feira] onde estão guardados os helicópteros Kamov, expulsando dos hangares as equipas russas que procediam à manutenção das aeronaves, que estavam a ser reparados para operarem no início da campanha de combate aos fogos, a partir de 15 de Maio.

“A Everjets, a empresa que opera os Kamov em Portugal por força do contrato celebrado com o Estado, e que pretendia cumprir o planeamento de manutenção, vê-se assim impossibilitada de cumprir os objectivos e garantir a prontidão das aeronaves, que fica seriamente comprometida”, alertou a empresa.

Já esta quinta-feira, a empresa subcontratada, a Heliavionicslab, comunicou que está a avaliar a extensão dos prejuízos causados pela ANPC com a decisão que tomou. 

 

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