Polícia prende aliados de Temer ao investigar corrupção no Porto de Santos

Um ex-assessor presidencial foi detido no âmbito de uma investigação sobre um decreto assinado por Temer que terá favorecido certas empresas do sector portuário.

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A investigação da Operação Skala aproxima-se de Michel Temer Reuters/PAULO WHITAKER

José Yunes, ex-assessor de Michel Temer, foi detido ontem pela Polícia Federal brasileira no âmbito de uma investigação que envolve o próprio Presidente. Foram detidos ainda outros aliados e amigos pessoais de Temer na mesma operação.

Yunes foi assessor presidencial de Temer até ter apresentado a demissão, em 2016, depois de ter sido implicado num esquema de corrupção pelo director de relações internacionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho. Yunes terá facilitado o pagamento de dez milhões de reais (2,5 milhões de euros) em 2014 ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o partido do Presidente. O advogado de Yunes, José Oliveira Lima, diz que a detenção do ex-assessor “é inaceitável”. Lima descreve o cliente como tendo uma carreira “com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimado ou mesmo espontaneamente compareceu a todos os actos para colaborar”.

Foram também detidos o ex-coronel da Polícia Militar, João Baptista Filho, e o ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi, ambos aliados de Temer. O dono da empresa portuária Rodrimar, Antonio Grecco, foi igualmente detido.

As prisões foram autorizadas pelo juiz Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal e fazem parte da Operação Skala, que investiga Temer pela suspeita da prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em causa está a assinatura, em Maio do ano passado, de um decreto que aumentou de 25 para 35 anos os prazos dos contratos de concessão e arrendamento de empresas 

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