Porque é que outros Estados europeus (ainda) não expulsaram diplomatas russos?

Heinz-Christian Strache, líder do Partido da Liberdade, e Sebastian Kurz, o chanceler austríaco
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Heinz-Christian Strache, líder do Partido da Liberdade, e Sebastian Kurz, o chanceler austríaco LISI NIESNER/EPA
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O Presidente búlgaro Boiko Borissov com Donald Tusk, o presidente do Conselho Europeu Bulgarian Government Press Office/REUTERS
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O Presidente eslovaco Andrej Kiska (à direita) instou o Governo a expulsar diplomatas russos, mas o primeiro-ministro chamou apenas o seu embaixador na Rússia para consultas JAKUB GAVLAK/EPA

Há vários países, para além de Portugal, que dizem não estar prontos a expulsar diplomatas russos em solidariedade com o Reino Unido.

Áustria

O chanceler Sebastian Kurz tweetou e o porta-voz do executivoreforçou: a Áustria não expulsará diplomatas, já que quer ser “construtora de pontes entre o Leste e o Ocidente”. À imprensa britânica não escaparam as ligações entre o Kremlin e o Partido da Liberdade, de extrema-direita, que integra a coligação governamental.

Bulgária

São diversas as ligações empresariais entre búlgaros e russos, mas a resposta oficial ao envenenamento de Skripal não aborda essa realidade. Segundo o primeiro-ministro Boiko Borissov, o facto de a Bulgária deter actualmente a presidência do Conselho da União Europeia, impede-a de assumir outra postura que não a da neutralidade.

Chipre

O Chipre defende há muito que não é apropriado sancionar um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. É com base nessa postura – e, quem sabe, nos milhões de euros russos nos bancos cipriotas – que Nicósia optou por não expulsar diplomatas russos.

Eslováquia

A inclinação da Eslováquia para Moscovo já foi mais manifesta, mas Bratislava não abdicou de adoptar uma postura neutral. O Presidente Andrej Kiska instou o Governo aderir à vaga de expulsões de diplomatas russos, mas o executivo limitou-se a chamar o seu embaixador na Rússia para consultas. O primeiro-ministro Peter Pellegrini até criticou as expulsões, catalogando-as como “gestos teatrais desnecessários”.

Eslovénia

A Eslovénia é outro país que se quer afirmar como “uma ponte entre duas superpotências” e por isso não afasta diplomatas. “Mantemo-nos em concordância com o Conselho Europeu”, limitou-se dizer o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Grécia

A simpatia do Syriza e dos Gregos Independentes pela Rússia é conhecida e as ligações económicas entre vários dos seus membros e a elite empresarial russa também, pelo que não se esperava que o Governo grego se juntasse à vaga de expulsões. A estas conexões somam-se os laços históricos entre a Grécia e a Rússia, que muito preocupam a NATO. Alexis Tsipras mostrou-se solidário com o Reino Unido e pediu uma investigação mais aprofundada ao envenenamento de Skripal.

Luxemburgo

O pequeno Estado entalado entre França, Alemanha e Bélgica não decretou o afastamento de nenhum dos poucos diplomatas russos no seu território. Mas o ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou que o embaixador na Rússia foi chamado para consultas.

Malta

“Malta apoia as expulsões de diplomatas russos levadas a cabo por outros países e não faz o mesmo porque a sua missão diplomática em Moscovo é muito pequena e qualquer resposta da Rússia terminaria as nossas relações diplomáticas”. É assim que o porta-voz do Governo de Malta justifica a posição do país. O embaixador na Rússia foi chamado a casa para consultas.

Suíça

O Estado neutral europeu manteve-se fiel à sua postura e não expulsou diplomatas russos. Mas o ministério dos Negócios Estrangeiros mostrou “preocupação” com o uso de “armas químicas” no Reino Unido e apelou à “clarificação independente dos factos”.

 

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