CDS-PP questiona Governo sobre "caos" no Hospital de Gaia

Bastonário da Ordem dos Médicos revelou, na terça-feira, que é urgente melhorar as infra-estruturas e reforçar o corpo clínico do centro hospitalar.

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Na terça-feira, directores do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho ameaçaram demitir-se Nelson Garrido/arquivo

O CDS-PP questionou nesta quarta-feira a tutela sobre medidas para o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E), equipamento cujos directores clínicos ameaçaram demitir-se "caso a situação caótica se mantiver". Num requerimento dirigido ao Ministério da Saúde, os deputados do CDS-PP questionam se este gabinete "tem conhecimento das condições precárias e indignas, nomeadamente para doentes e profissionais de saúde, em que se encontra o CHVNG/E", acrescentando a pergunta: "Se sim, desde quando e que diligências tomou, ou pensar tomar, para solucionar o problema?".

O CDS-PP também quer saber quais os motivos para "a grave situação a nível estrutural do CHVNG/E, de modo a devolver a normalidade ao funcionamento desta unidade de saúde" e questionam Adalberto Campos Fernandes sobre um eventual reforço de recursos humanos. "Vai o Ministério da Saúde reforçar o corpo clínico do CHVNG/E? Se sim, quando e em que especialidades?", questiona o CDS-PP numa nota assinada por seis deputados.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, disse na terça-feira que todos os directores de serviço deste equipamento hospitalar estão dispostos a demitir-se se "a situação caótica se mantiver". Miguel Guimarães visitou o hospital de Gaia e reuniu-se com os 37 directores de serviços e unidades de gestão integrada para se "inteirar dos problemas existentes" nesta unidade hospitalar.

"[Existem] condições caóticas. O Serviço de Urgência parece um cenário de guerra com macas por todo o corredor. Quase é impossível circular (...). Este hospital está a definhar. As prioridades são a melhoria das infra-estruturas e dotar o hospital com os recursos humanos necessários", afirmou o bastonário da Ordem dos Médicos, referindo que foi decidido enviar uma carta e solicitar uma reunião "urgente" ao ministro da Saúde. O bastonário desafiou os ministros da Saúde e das Finanças a visitarem este hospital para perceberem, disse o responsável, que "doentes e profissionais vivem em condições que não lembram a ninguém".

No mesmo dia, em resposta às críticas descritas pela Ordem dos Médicos, o presidente do conselho de administração do CHVNG/E, António Dias Alves, que tomou posse em Abril de 2017, garantiu que neste hospital se "pratica boa medicina por pessoas que se esforçam" e avançou que vai "ouvir e dialogar com os profissionais". "Vamos ouvi-los, dialogar e perceber as razões em consonância com a tutela porque pretendemos o melhor para o hospital", referiu António Dias Alves.

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