Incêndios de Outubro: nove conselhos para não repetir a tragédia

Técnicos independentes lançam nove propostas aos deputados e ao Governo, depois de analisarem 13 dos muitos incêndios que resultaram nas 48 mortes de Outubro de 2017.

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Paulo Pimenta

Analisando “com profundidade” apenas alguns dos incêndios, 13 dos muitos que se espalharam pelo Centro e Norte do país em Outubro de 2017, os técnicos independentes sintetizaram várias questões que classificaram como “problemáticas em quase todos estes incêndios”, para dar a indicação ao Parlamento e ao Governo para “corrigir no sentido de melhorar a eficácia do combate”.

Mesmo anotando que há muito a fazer para tornar eficaz o combate aos incêndios, e que só a médio prazo será possível corrigir as falhas com a devida eficácia, o documento atreve-se com nove ideias para aplicar o mais rapidamente possível. Em alguns casos, seguem propostas já lançadas no relatório final sobre Pedrógão e agora em fase de implementação – mas ainda no papel. São as seguintes:

  • “Corrigir a localização deficiente dos Postos de Comando Operacional, a qual gerou inúmeras dificuldades para dominar do ponto de vista estratégico, a expansão do incêndio e o respectivo combate, bem como as acções de socorro”;
  • “Organização de uma primeira intervenção da responsabilidade de forças devidamente profissionalizadas e colocadas num estado de alerta logo após a difusão dos estados de alerta”;
  • “Definição de um sistema de mobilização de meios aéreos nos momentos em que são mais necessários, independente das épocas do ano”;
  • “Adopção de um sistema de comunicação eficiente, garantindo as necessárias redundâncias para impedir falhas de ligação entre as forças operacionais e os Postos de Comando”;
  • “Utilização criteriosa dos estados de alerta, acompanhando cada um deles de iniciativas precisas e necessárias sobre as iniciativas a tomar e evitando uma vulgarização destes avisos”;
  • “Dinamização do patamar municipal, através dos serviços municipais e das unidades locais de protecção civil, reconhecendo-se que este terá sido o grande ausente dos incêndios de Outubro de 2017”;
  • “Conferir operacionalidade aos Planos Municipais de Emergência, transformando-os em instrumentos mobilizadores e de acção, e retirando-lhes o carácter de inventário de recursos, sem capacidade operacional”;
  • “Sensibilização das populações para uma maior cidadania e adopção de uma cultura territorial que garanta uma preparação de defesa pessoal contra catástrofes e definindo meios locais para as enfrentar”;
  • “Concepção de um sistema robusto de informação que permita abranger genericamente a população e difundir com eficácia os alertas e avisos nos momentos críticos”.
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