Greve dos professores termina com manifestação da Função Pública

No último de quatro dias de greve dos professores, milhares de funcionários públicos caminharam até ao Terreiro do Paço para exigir aumentos salariais e um horário semanal de 35 horas.

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Terminou hoje a greve dos professores que durou quatro dias e teve uma adesão entre os 70% e os 75%, segundo a Fenprof. No último dia, o sindicato voltou a avisar que os docentes vão fazer-se "ouvir na rua", caso o Governo não negoceie.

No Porto, no balanço do quarto e último dia de greve, protesto que se realizou na região Norte e nos Açores, o secretário-geral Nacional da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, referiu que a adesão foi boa e que centenas de escolas fecharam por todo o país.

As próximas semanas serão de "conversação, diálogo e negociação" e, caso a resposta do Governo seja "mais da mesma", os professores irão partir para outras formas de luta, nomeadamente para uma "grande manifestação de rua", revelou.

Mas, antes disso, Mário Nogueira referiu que, nas próximas três semanas, período de paragem escolar devido à Páscoa, as organizações sindicais vão reunir-se individualmente com os diferentes grupos parlamentares e com o ministro da Educação e, em conjunto, com o primeiro-ministro e o Presidente da República.

"O que vai acontecer é uma janela de oportunidades que todos vamos dar uns aos outros. Esperamos que até 9 de Abril seja possível conversar, negociar e encontrar caminhos para resolver os problemas actuais", frisou.

A principal motivação dos professores para esta greve foi falta de consenso sobre a contagem de todo o tempo de serviço, no processo de descongelamento das carreiras da Função Pública. Por um lado, a tutela propõe-se a descongelar dois anos e dez meses de tempo de serviço aos docentes, mas estes não desistem de ver contabilizados os nove anos e quatro meses, embora admitam um processo faseado.

Função Pública manifesta-se em Lisboa

No mesmo dia em que terminou a greve dos professores, milhares de funcionários públicos desfilaram em Lisboa, entre os Restauradores e o Terreiro do Paço, rumo ao Ministério das Finanças, para exigir aumentos salariais e um horário semanal de 35 horas para todos, entre outras medidas.

À chegada ao Terreiro do Paço, ocorreram momentos de tensão quando os trabalhadores forçaram e derrubaram algumas barreiras que impediam a aproximação dos manifestantes ao Ministério das Finanças.

Uma delegação do PCP, integrando a deputada da Assembleia da República Rita Rato e o eurodeputado João Ferreira, por exemplo, marcou presença em solidariedade para com os trabalhadores do Estado.

Em conferência de imprensa na passada terça-feira, Ana Avoila criticou o Governo por "não responder" à sua proposta reivindicativa para 2018 de aumentos salariais de 4% (recorde-se que os salários estão congelados desde 2010), sublinhando que os sindicatos não são "figuras decorativas" na negociação.

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