Turquia prestes a completar cerco a Afrin

Cidade síria já não tem água potável há uma semana, avisa a ONU.

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Pessoas em fuga de Afrin: com o cerco turco a terminar, em breve será impossível deixar a cidade AREF TAMMAWI/EPA

A cidade síria de Afrin está com a água cortada há uma semana, desde que as forças turcas tomaram o controlo da principal barragem e estação de águas na região, disseram as Nações Unidas.

Há cerca de dois meses, Ancara lançou uma operação contra as forças curdas sírias na cidade, contrariando os Estados Unidos, que apoiaram os curdos na luta contra os islamistas do Daesh. Mas os turcos não querem ver um fortalecimento dos curdos junto à sua fronteira, e ligam as forças curdas sírias aos curdos que protagonizam, na Turquia, uma insurreição há décadas.

Segundo o Gabinete da ONU para a Coordenação das Questões Humanitárias (OCHA), os combates levaram já milhares de pessoas a sair de Afrin – o que é especialmente difícil já que se trata de território rodeado por forças leais ao regime de Bashar al-Assad, e ainda de montanhas.

Os muitos que ficaram estão agora sujeitos a fontes de água não tratada que encontram em poços, por exemplo. Um porta-voz curdo disse o mesmo: “Os civis estão agora dependentes de poços para obter água, e estes não são suficientes nem bons para água potável”.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou esperar que Afrin tivesse “caído completamente até à noite” desta quarta-feira, mas pouco depois um porta-voz “clarificou” que o chefe de Estado queria dizer “que o cerco a Afrin esteja concluído até à noite”.

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