Queda de parte do telhado da Porto Editora causa três feridos ligeiros e prejuízo elevado

Estrutura metálica cedeu quando se registavam ventos fortes. Unidade afectada fica parada até se reunirem as condições de segurança. Em Esposende registaram-se mais dois feridos atingidos por destroços.

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Todo o complexo da Porto Editora foi evacuado, por precaução Joana Gonçalves
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Na manhã desta quarta-feira deu-se um “abatimento” parcial de parte do telhado da Porto Editora que causou ferimentos ligeiros em três trabalhadores. A estrutura metálica que cobria a nave central da unidade gráfica do complexo cedeu e apanhou os funcionários de surpresa. O complexo que alberga mais de 150 trabalhadores, situado na zona industrial da Maia, encontra-se encerrado por tempo indefinido até que estejam garantidas todas as condições de segurança.

Após terem sido feitas as avaliações preliminares das instalações, Paulo Rebelo Gonçalves, porta-voz da Porto Editora, disse ao PÚBLICO que a empresa teve um “prejuízo muito elevado” com o incidente. A produção teve de ser canalizada para outras gráficas, refere o porta-voz da empresa, realçando que a unidade imobilizada é “a maior do sector editorial português”. A reabertura da parte afectada do complexo não estará para breve, não se sabendo ainda se a segunda unidade (logística) retomará o seu normal funcionamento nesta quinta-feira.  

O alerta foi dado às 11h10, uma altura em que se registavam ventos fortes e trovoada. Os três feridos, todos do sexo masculino com idades próximas dos 40 anos, estavam na unidade gráfica do complexo, onde estão localizadas as máquinas de impressão. Foi, precisamente, uma destas máquinas — do tamanho de um autotanque dos bombeiros — que aparou grande parte da estrutura metálica, permitindo à maioria dos trabalhadores escapar ilesos. Segundo Paulo Rebelo Gonçalves, esta foi uma das razões para o número de feridos não ter sido maior. Os três homens foram assistidos no local pelo INEM e posteriormente encaminhados para o Hospital S. João. Estiveram ainda presentes três corporações de bombeiros, uma viatura da protecção civil, duas ambulâncias e uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER). Os 60 funcionários que se encontravam nas instalações foram todos evacuados.

O complexo da Porto Editora na Maia está dividido em duas unidades (gráfica e logística). O abatimento ocorreu apenas na unidade gráfica mas, por precaução, foi evacuado todo o complexo. Os trabalhadores não quiseram falar com a imprensa mas relataram o “barulho enorme” que a estrutura metálica fez quando ruiu. “A Porto Editora tem uma política de segurança rigorosa e equipas técnicas próprias para lidar com estas situações”, referiu o porta-voz explicando que a empresa tem por tradição realizar simulacros trimestralmente, facto que levou a que a evacuação fosse feita “sem pânico”.  

Mau tempo implica dia agitado para a protecção civil

O acidente aconteceu numa altura em que os ventos e a chuva causados pela passagem da depressão Gisele se faziam sentir com intensidade, algo que aconteceu um pouco por todo o país. Às 18h00 desta quarta-feira, de acordo com o site da protecção civil, as condições meteorológicas adversas já tinham causado mais de 660 ocorrências, mobilizando 2182 operacionais e 889 meios terrestres. O distrito do Porto foi o mais afectado — com 115 ocorrências que variaram de pequenas inundações até incidentes mais significativos, como o que se verificou na Maia.

O vento forte que se fez sentir em Belinho, Esposende, provocou dois feridos, um dos quais atingido por uma estufa e o outro por uma estrutura metálica, segundo os bombeiros.

Um dos feridos, de 49 anos, estava a trabalhar numa estufa, que foi destruída pelo vento. O outro ferido foi um octogenário, atingido na cabeça por uma estrutura metálica que cobria uma garagem.

Na freguesia de Esposende, ventos muito fortes deixaram “um rasto de destruição”, confirmado ao PÚBLICO por uma fonte dos bombeiros voluntários. A Estrada Nacional 13 foi afectada, com destroços a obstruírem a via. Há registo de perto de uma dezena de casas parcialmente destelhadas, postes de eletricidade derrubados, viaturas danificadas e muros caídos.

A circulação de comboios na Linha da Beira Alta, entre Santa Comba Dão e Carregal do Sal, no distrito de Viseu, esteve suspensa devido às condições atmosféricas. Um comboio ficou retido ao quilómetro 95 com danos no pantógrafo, devido a cascas e folhas na catenária, obrigando à suspensão da circulação neste troço.

Um deslizamento de terras obrigou ao encerramento da Estrada Nacional (EN) 17, vulgarmente conhecida por Estrada da Beira, em São Frutuoso, Coimbra.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê que, esta quinta-feira, o mau tempo se mantenha cinzento com “precipitação, por vezes forte, de granizo e acompanhada de trovoada” nas regiões Centro e Norte.

 

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