Facebook conclui que tirar notícias do feed "não foi eficaz"

A experiência foi levada a cabo em seis países onde havia sinais e queixas de um aumento de notícias falsas em circulação. A rede social diz agora que vai acabar com a ferramenta Explore.

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Teste foi aplicado a apenas seis países, em Outubro de 2017 Reuters/DADO RUVIC

O Facebook anunciou nesta quinta-feira que vai pôr fim a uma experiência levada a cabo em seis países, através da qual o conteúdo de páginas pertencentes a organizações e empresas (como as páginas de sites noticiosos e de entretenimento) foram separadas e retiradas do feed dos utilizadores. A decisão dos responsáveis de colocar um ponto final neste teste surge depois de meses de queixas e denúncias dos países onde a experiência foi executada, porque as notícias falsas a circular na rede social até aumentaram.

O ensaio feito pelo Facebook retirava todas as notícias de sites profissionais do feed principal dos utilizadores. Adam Mosseri, o director do feed de notícias da rede social, justifica que a decisão assentou num “feedback constante” dos utilizadores da rede que pediam para ver mais conteúdos da família e amigos e menos publicações relacionadas com organizações e negócios. Já em Abril de 2015 o algoritmo da rede social tinha sido alterado porque os utilizadores estavam preocupados com as hipóteses de perderem  as actualizações importantes dos amigos.

Por isso, em Outubro de 2017, a empresa fundada por Mark Zuckerberg decidiu retirar os conteúdos de organizações e empresas e colocá-los num separador à parte para conteúdo noticioso e de entretenimento: o Explore. A ferramenta foi apenas aplicada a seis países: Eslováquia, Sri Lanka, Camboja, Bolívia, Guatemala e Sérvia. A ideia era "criar dois feeds diferentes: umd dedicado às publicações de amigos e família e outro dedicado a publicações de organizações".

Porém, "nos inquéritos, as pessoas disseram-nos que estavam menos satisfeitas com aquilo que estavam a ver", explicou Adam Mosseri, segundo um comunicado. Além disso, acrescenta, houve ainda queixas de que o formato Explore tornava “mais difícil o acesso a informações importantes”. “Vocês deram-nos a nossa resposta: as pessoas não querem dois feeds separados”, prossegue. “Concluímos que o Explore não foi eficaz”, conclui no comunicado.

Também na quinta-feira, Jack Dorsey, director-executivo do Twitter, anunciou que estava à procura de uma ferramenta que garanta conversas “saudáveis” nesta rede social, segundo noticia o New York Times. "Nós testemunhamos abusos, assédio, trolls, manipulação através de bots e coordenação humana, campanhas de desinformação e câmaras de eco cada vez mais segregadoras", escreve o responsável do Twitter. "Não nos orgulhamos da forma como as pessoas aproveitaram o nosso serviço ou a nossa incapacidade de responder a isso com rapidez", diz Dorsey.

As redes sociais estão em parte a ser alvo de fortes críticas pela sua capacidade de manipularem a opinião pública através de conteúdos falsos disfarçados de notícias. O tema tornou-se ainda mais forte depois das eleições norte-americanas, que foram alvo de manobras de desinformação no período da campanha.

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