Seis barras fechadas devido à agitação marítima e 193 ocorrências durante a noite

As principais ocorrências estão relacionadas com queda de árvores e neve na estrada. Segundo a Protecção Civil, não há qualquer registo de vítimas.

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As barras de Esposende, Douro, Ericeira, Alvor, Olhão e Faro estão encerradas e muitas outras estão condicionadas devido ao mau tempo PAULO PIMENTA

Seis barras do Continente estão fechadas a toda a navegação nesta quarta-feira e outras cinco estão condicionadas devido à agitação marítima forte, de acordo com a Marinha Portuguesa. Segundo a Marinha, as barras de Esposende, Douro, Ericeira, Alvor, Olhão e Faro estão encerradas. Desde o final da tarde de terça-feira até à manhã de quarta, o mau tempo deu também origem a 193 ocorrências, relacionadas sobretudo com neve nas estradas e queda de árvores, grande parte delas resolvida durante a madrugada — Bragança, Viseu, Vila Real e Guarda foram os distritos mais afectados.

As barras de Póvoa do Varzim e Vila do Conde estão fechadas a embarcações de calado superior a dois metros, sendo aconselhada a utilização da barra apenas no período compreendido entre as duas horas e até duas horas depois da preia-mar. A Marinha indica também que as barras marítimas de Aveiro e da Figueira da Foz estão fechadas apenas a embarcações com 15 e 11 metros, respectivamente. A barra de São Martinho do Porto está condicionada devido a assoreamento, devendo a barra ser usada apenas na preia-mar.

Por causa da agitação marítima, o Instituto Português do mar e da Atmosfera (IPMA) pôs os distritos de Lisboa, Setúbal, Beja e Faro sob aviso laranja devido à previsão de agitação marítima, prevendo-se ondas de sudoeste com cinco a seis metros de altura, podendo atingir 12 metros de altura. Este aviso laranja vai estar em vigor entre as 9h e as 21h de quinta-feira. Segundo o IPMA, toda a costa portuguesa e os arquipélagos dos Açores e da Madeira estão sob aviso amarelo devido à agitação marítima entre quarta e sexta-feira.

A Autoridade Marítima Nacional (AMN) alertou no início da semana para um agravamento gradual das condições do estado do mar até sexta-feira, com ondas que podem chegar aos nove metros de altura.

"A agitação marítima será forte, com previsões de ondas de seis metros de altura, podendo atingir os nove metros nos quadrantes oeste e sudoeste, em especial no arquipélago da Madeira e no Continente, a sul do Cabo Espichel, costa Vicentina e Algarve", lê-se, num comunicado.

A instabilidade marítima será acompanhada de "muita chuva" e de "vento muito forte", com rajadas que poderão ultrapassar os 40 nós, refere a mesma nota. A AMN recomenda a quem se encontra no mar a regressar ao porto de abrigo mais próximo e a adoptar medidas de precaução, tais como "reforço da amarração e vigilância apertada das embarcações atracadas e fundeadas".

A Autoridade Marítima dirigiu um especial aviso aos pescadores lúdicos de pesca à cana, aconselhando que devem evitar "pescar junto às falésias e zonas de arriba nas frentes costeiras atingidas pela rebentação das ondas, tendo sempre presente que o mar nestas situações extremas alcança muitas vezes zonas aparentemente seguras". À população em geral, a AMN aconselha que evitem passeios junto à costa e nas praias.

193 ocorrências durante a noite

Entre as 18h de terça-feira e as 7h de quarta-feira, o mau tempo causou 193 ocorrências em Portugal continental, relacionadas sobretudo com a queda de árvores e neve nas estradas, sem que houvesse registo de vítimas ou acidentes graves. Às três da manhã, fonte da GNR disse que todas as ocorrências registadas até ao momento — na altura eram 113 — estavam resolvidas.

Em declarações à agência Lusa, por volta das 7h, o comandante operacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Paulo Santos confirmou que foram registadas 193 ocorrências originadas pela meteorologia adversa, “sendo que os distritos mais afectados são Bragança, Viseu, Vila Real e Guarda”. “São ocorrências essencialmente relacionadas com quedas de árvore e com limpezas de via”, disse. 

O comandante operacional salientou também que não há informação de Itinerários Principais interrompidos, com excepção do Alto de Espinho, no IP 4 que está cortado desde terça-feira devido à queda de neve.

Fonte da Protecção Civil dos Açores indicou que existia apenas uma ocorrência no arquipélago cerca das 03h30, tratando-se da queda de uma árvore que estava a bloquear metade de uma estrada em São Miguel. Na Madeira, fonte da Protecção Civil também indicou que a situação estava calma.

O regimento dos Sapadores de Lisboa dava também conta de “duas quedas de árvores, quedas de estruturas, três situações de inundações e a necessidade de sinalizar alguns buracos, mas nenhum das ocorrências inspirou cuidados de maior". Algumas horas depois, disseram que estava “tudo calmo e pacífico”.

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