Juncker: “Barroso não é um gangster

O presidente da Comissão Europeia diz que o seu antecessor não está impedido de se encontrar com os comissários europeus.

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Juncker diz que regras não impedem encontros, mas estes devem ser transparentes LUSA/OLIVIER HOSLET

Para Jean-Claude Juncker, não há qualquer problema que Durão Barroso, que já ocupou aquele cargo, se encontre com responsáveis da instituição. Para o actual presidente da Comissão Europeia (CE), o encontro de Barroso com o seu “vice” e responsável pelas pastas do Emprego, Crescimento e Investimento, Jyrki Katainen, é um “não-assunto”.

“Nunca dissemos que o senhor Barroso – que continua a ser meu amigo porque tem méritos na Europa, não é um gangster – não poderia ter reuniões [o original em inglês é meetings que se pode também entender como “encontros”] com comissários e que os comissários não estavam autorizados a ter reuniões com o antigo presidente da Comissão”, explicou na manhã desta quarta-feira Jean-Claude Juncker numa conferência de imprensa.

O responsável actual pela Comissão não vê problemas nestes encontros, desde que eles sejam tornados públicos. “Colocámo-lo na lista dos lobistas. O encontro entre Jyrki Katainen e José Manuel Barroso foi tornado público, foi feito no total respeito pelas regras”, afirmou.

Em causa está o encontro entre o vice-presidente da CE com Barroso que foi tornado público na terça-feira por uma coligação de agências não-governamentais dedicadas à transparência. A agência apresentou uma queixa por má administração junto da Comissão Europeia, na sequência de uma reunião entre Barroso e o vice-presidente da Comissão, Jyrki Katainen, que terá sido combinada ao telefone pelo actual consultor do banco de investimento norte-americano e da qual não existem quaisquer registos.

Na sequência desta queixa, Katainen justificou o encontro como sendo um encontro entre amigos e garante que Barroso não fez lobby pelo Goldman Sachs. “Somos amigos. Conhecemo-nos há bastante tempo”, começou por dizer o comissário finlandês, que confirmou por escrito, numa carta divulgada na terça-feira, que se tinha encontrado com Barroso num hotel em Bruxelas. “Eu era primeiro-ministro [da Finlândia] quando [Barroso] era presidente da comissão. Tornámo-nos próximos”, disse em entrevista ao EU Observer.

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