Quem poderá seguir-se a Merkel?

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Jens Spahn, secretário de Estado das Finanças e protegido de Schäuble CLEMENS BILAN/EPA
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Julia Klöckner, uma aliada de Merkel MARKUS HEINE/EPA
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Annegret Kramp-Karrenbauer, conhecida como AKK Ralph Orlowski/REUTERS
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Ursula von der Leyen é quase a eterna candidata a sucessora de Merkel LAURENT GILLIERON/EPA
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Peter Altmaier é “o homem mais poderoso de Berlim” HAYOUNG JEON/EPA

As sucessões de liderança dos partidos são sempre imprevisíveis. Mas alguns políticos da CDU começam a ser vistos como potenciais líderes numa era pós-Merkel.

Jens Spahn

Jens Spahn, 37 anos, secretário de Estado das Finanças e protegido de Schäuble, da ala conservadora da CDU, é comparado a Sebastian Kurz, o jovem chanceler alemão que virou o seu partido à direita (aliando-se mesmo com a extrema-direita) - e Spahn sublinhou-o com uma visita a Viena e encontro com Kurz no ano passado. Mas Kurz, apesar de ser jovem, tem experiência executiva num cargo de relevo - era ministro dos Negócios Estrangeiros -, algo que falta ainda a Spahn. Na campanha das eleições de Setembro, Spahn foi falado sobretudo por um artigo em que criticava que em muitos cafés de Berlim já só se falava inglês e não alemão.

Julia Klöckner

O favoritismo de Julia Klöckner, 45 anos, da Renânia Palatinado, foi bastante afectado pela sua derrota eleitoral em 2016 para o SPD: a dura queda de uma estrela em ascensão. No entanto, Klöckner, uma das vices do partido, tem sido uma face relevante nas negociações para a “grande coligação” e espera-se que ocupe um cargo ministerial de relevo, podendo assim construir a sua subida. É aliada de Merkel, o maior ponto de discórdia entre as duas foi a política de refugiados, em que Klöckner defendia mais limites do que Merkel.

Annegret Kramp-Karrenbauer

Há quem ironize que Annegret Kramp-Karrenbauer, 55 anos, não sucederá a Merkel - o nome é demasiado comprido para títulos de jornal. A governadora do pequeno estado do Sarre, também conhecida como “AKK”, venceu em pleno “efeito Schulz”, quando o candidato do SPD subia nas sondagens, numa eleição que teve relevância nacional, já que travou a ambição dos sociais-democratas. Está entre as favoritas de Merkel, partilha o seu pragmatismo, e é-lhe leal: apoiou por exemplo a política de refugiados de Merkel, mas no seu estado aplica medidas mais duras em relação à imigração. É conservadora em questões sociais, foi contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Ursula von der Leyen

A ministra da Defesa é quase a eterna candidata a sucessora de Merkel. Von der Leyen, 59 anos, tem uma imagem de competência, construída especialmente no tempo em que foi ministra da família (2005-2009) e do Trabalho (2009-2013). Depois de assumir o mais difícil ministério da Defesa teve mais desgaste político - o escândalo dos militares de extrema-direita e declarações suas sobre os militares em geral - causaram desconforto. No entanto Ursula von der Leyen, uma das vices da CDU, é vista como ainda mais liberal do que Merkel, algo que a fará ter menos hipóteses.

Peter Altmaier

Peter Altmaier, 59 anos, é “homem mais poderoso de Berlim” - chefe da chanceleria desde 2013, o braço direito de Merkel tem uma figura imponente a condizer - algo suavizada pelo ar bonacheirão. É ele quem tem ficado encarregado de gerir dossiers problemáticos, desde os refugiados a ficar, no governo de gestão entre as eleições inconclusivas e o novo Governo, com o Ministério das Finanças. A sua postura mais relaxada contrasta com a imagem da maior parte dos responsáveis da CDU, o que o pode prejudicar.

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