Com os Descobrimentos no equipamento e o brasão ao peito

O equipamento dos dois atletas portugueses que participam este ano foi criado a partir de um planisfério do Museu da Marinha.

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O planisfério foi executado em 1970 por Alberto Cutileiro, para figurar na entrada da exposição permanente do Museu de Marinha, onde ainda hoje se encontra. Cedida pelo Museu de Marinha

Os dois atletas que Portugal leva aos Jogos Olímpicos de Inverno têm o mapa de Portugal no equipamento – e no peito o brasão de armas. O equipamento, desenhado pela empresa de Vila Nova de Famalicão Scoop, foi concebido a partir de um planisfério que representa as Descobertas, criado no século XX para o Museu da Marinha.

É assim que Arthur Hanse – descendente de emigrantes portugueses, que nasceu em Paris e reside em Lyon – e Kequyen Lam – filho de pais chineses que fugiram do Vietnam por causa da guerra sino-vietnamita – vão competir nas modalidades de slalom/ slalom gigante e esqui de fundo. Kequyen Lam é o porta-estandarte português na cerimónia de abertura, esta sexta-feira.

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O objectivo, explica o chefe da missão portuguesa, Pedro Farromba, é ao mesmo tempo mostrar a "ligação que existe com as comunidades portuguesas" e "a nossa matriz conquistadora". No fundo, dar a entender a capacidade de representação que Portugal tem no mundo, não por si só, mas ao lado de todos os países de língua portuguesa.

Nas mangas dos casacos de todos os elementos da missão portuguesa é possível ver o mapa. Já no equipamento para competição – um fato de corpo inteiro –, há "apontamentos do mapa" e o brasão de armas no peito, descreve Pedro Farromba.

O planisfério foi executado nas oficinas do Museu de Marinha em 1970, sob orientação de Alberto Cutileiro, para entrar na exposição permanente, onde ainda hoje se encontra. "Reproduz a forma e estilo dos planisférios portugueses do século XVI, nele figurando as principais rotas das viagens de descobrimento realizadas por navegadores portugueses", detalha o gabinete de comunicação da Marinha.

É possível ver, por exemplo a linha do Tratado de Tordesilhas, com que Portugal e Espanha dividiram o mundo ao meio, e a flora e fauna de diferentes regiões, como o Brasil e Índia.

A Scoop foi a empresa escolhida por ter a capacidade de criar um equipamento adequado para o tipo de desporto e para as temperaturas negativas de Pyeongchang, explica ainda Pedro Farromba, que acrescenta que a mesma empresa têxtil já criou no passado o equipamento para a "selecção italiana de esqui" e para os voluntários dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, em Sóchi.

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