Governo recusa pedido de reconhecimento da Fundação Raríssimas

A criação da fundação era uma intenção da ex-presidente da Raríssimas, Paula Brito e Costa, constituída arguida no âmbito da Operação Raríssimas, que provocou ainda a demissão do secretário de Estado da saúde Manuel Delgado.

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Rui Gaudencio

A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, recusou o pedido de reconhecimento da Fundação Raríssimas, segundo um despacho publicado hoje em Diário da República.

"Indefiro o pedido de reconhecimento da Fundação Raríssimas", refere o despacho assinado por Maria Manuel Leitão Marques.

A decisão foi tomada com base na Lei-Quadro das Fundações e depois de ouvidos os serviços competentes do Ministério da Solidariedade Emprego e Segurança Social e analisados os fundamentos constantes nas informações sobre o processo administrativo.

A criação da fundação era uma intenção da ex-presidente da Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras (Raríssimas) Paula Brito e Costa, tendo o pedido de reconhecimento da Fundação Raríssimas dado entrada na presidência de Conselho de Ministros em Abril do ano passado.

A Raríssimas é uma instituição particular de solidariedade social (IPSS) que recebe financiamento do Estado, cuja gestão foi colocada em causa por uma reportagem da TVI, exibida em 9 de Dezembro, que denunciava alegadas irregularidades na associação, incluindo o uso indevido de dinheiro da IPSS para fins pessoais, visando em particular a fundadora e, até então, presidente da Raríssimas, Paula Brito e Costa, que, entretanto, se demitiu do cargo.

Paula Brito e Costa foi constituída arguida no âmbito da Operação Raríssimas desenvolvida pela Polícia Judiciária e pelo Ministério Público, que está a ser conduzida pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa.

Este caso provocou, no dia 12 de Dezembro, a demissão do secretário de Estado da saúde Manuel Delgado, que a TVI noticiou ter sido consultor remunerado da associação, contratado entre 2013 e 2014, com um vencimento de três mil euros por mês.

Em 3 de Janeiro, foi eleita em Assembleia-Geral Extraordinária uma nova direcção da Raríssimas com base numa lista apresentada por pais de utentes e funcionários da associação, presidida pela socióloga Sónia Margarida Laygue, mãe de uma criança de três anos com uma doença rara.

Na cerimónia de posse, em 5 de Janeiro, Sónia Margarida Laygue elegeu como prioridades "esclarecer a situação financeira da instituição, manter o financiamento e apoios previstos nos próximos meses" e "retomar a confiança de todos os parceiros".

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