PS acredita que chegou a hora de governar a Madeira, 40 anos depois

Socialistas madeirenses têm nova liderança. Emanuel Câmara, empossado este fim-de-semana no congresso, aposta no independente Paulo Cafôfo para ser poder na Madeira já no próximo ano.

Paulo Cafôfo é trunfo para afastar Miguel Albuquerque
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Paulo Cafôfo é trunfo para afastar Miguel Albuquerque LUSA/HOMEM DE GOUVEIA
Emanuel Câmara uqer ser poder na Madeira
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Emanuel Câmara uqer ser poder na Madeira LUSA/HOMEM DE GOUVEIA
Paulo Cafôfo, independente, esteve no congresso
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Paulo Cafôfo, independente, esteve no congresso LUSA/HOMEM DE GOUVEIA
Ana Catarina Mendes representou o PS Nacional
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Ana Catarina Mendes representou o PS Nacional LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

Há dois momentos que sintetizam o XVIII Congresso Regional do PS-Madeira, que decorreu este fim-de-semana no Funchal. Em ambos, Paulo Cafôfo, o autarca independente do Funchal, esteve presente.

O primeiro foi no sábado, quando Cafôfo passou pelo congresso, já no final do dia, para ser recebido em apoteose pelos cerca de 400 congressistas. O segundo foi este domingo, no momento em que o novo líder dos socialistas madeirenses, Emanuel Câmara, fez uma pausa no seu longo discurso, para perguntar quem é que os madeirenses queriam para presidente do governo regional. “Cafôfo, Cafôfo”, ouviu-se na sala, com o próprio Câmara a amplificar essa vontade.

O novo presidente dos socialistas madeirenses, que derrotou nas eleições directas de 19 de Janeiro o anterior líder, Carlos Pereira, tem dito e este domingo repetiu: o candidato do PS-Madeira às regionais de 2019 é Paulo Cafôfo. É nele que os socialistas depositam a esperança de chegar ao poder numa região autónoma que é governada desde 1976 pelo PSD.

“Este é um momento único na história da democracia na Madeira”, disse Emanuel Câmara no discurso que encerrou o congresso, mostrando-se convencido da real possibilidade de uma “alternância democrática” no arquipélago, já no próximo ano. “Todos nós sentimos isso e os nossos adversários também”, sublinhou, dizendo que após 40 anos de espera o PS pode dizer com “direito e propriedade” que é uma alternativa real aos social-democratas.

Com Paulo Cafôfo sentado na primeira fila e a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, no lugar de convidada na mesa do congresso, Emanuel Câmara falou de um momento único para o partido. O PS, disse, tem hoje uma hipótese real, efectiva e imperdível de ser poder e de concretizar o que gerações e gerações de socialistas, democratas e autonomistas sonharam: uma região que aposta nas pessoas em primeiro lugar.

Para isso, continuou, foi necessário “coragem” para regressar às origens socialistas do partido de jogar para ganhar. “Lançámos ao terreno as sementes da mudança, estivemos à altura da confiança e soubemos merecer a esperança que está para chegar ao governo desta terra, depois de já ter chegado às juntas e às câmaras onde governamos”, disse, utilizando os soundbytes da coligação que tem liderado a autarquia do Funchal desde 2013.

Mas, ressalvou, não será um caminho fácil. O primeiro passo é abrir as portas do partido à sociedade civil, reeditando os Estados Gerais socialistas na Madeira. Daí sairão os “conteúdos programáticos” que o PS quer levar a escrutínio em 2019.

Também é preciso unir um partido que chegou ao congresso dividido pela disputa interna, e que, ouviu-se nas intervenções do primeiro dia, não sai (ainda) coeso. Câmara apelou à união. Disse que todos eram precisos e demorou-se em elogios a antigos dirigentes, que no processo eleitoral estiveram ao lado de Carlos Pereira.

Mesmo Ana Catarina Mendes, que falou antes, já tinha apelado à união e à convergência, para que o partido possa ganhar a Madeira no próximo ano. “O PS soube dizer quais as suas divergências mas sabe que hoje é o momento de iniciar um novo caminho, aqui, na região autónoma da Madeira, porque os madeirenses precisam do PS forte, unido e mobilizado”, disse a secretária-geral adjunta, acrescentando que a “essência” do partido está no “saber discutir” no tempo certo e “saber convergir quando é absolutamente necessário”.

Com críticas ao governo madeirense pela “falta de ambição” na construção do novo hospital, Ana Catarina Mendes lembrou que os socialistas sempre estiveram ao lado dos madeirenses, exemplificando com a inscrição das autonomias regionais na Constituição de 1976, com o perdão da dívida de António Guterres e mesmo com a Lei de Meios de José Sócrates para fazer face aos prejuízos do temporal de Fevereiro 2010.

Por isso, e porque também com António Costa o Governo não esquece que o país é um todo – continente e regiões autónomas –, a dirigente socialista pediu união para o partido vencer em 2019 todas as batalhas que tem pela frente: regionais madeirenses e legislativas nacionais.

“É absolutamente necessário vencer 2019 em todas as batalhas que o PS tem de enfrentar”, acentuou, dizendo que os socialistas estão a “governar bem” em todo o país.

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